A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta-feira (27/11) uma operação que investiga organização criminosa suspeita de fraudar contratos de plano de saúde e, consequentemente, lesar as principais operadoras de saúde do Brasil, e os beneficiários dos serviços. O grupo atuava, principalmente, no Distrito Federal e no Rio de Janeiro e era composto por, pelo menos, quatro integrantes.
A operação foi realizada nas residências dos investigados no Sudoeste, Riacho Fundo e Santa Maria, além de em três empresas localizadas no Setor Comercial Sul. Foram apreendidos diversos documentos referentes à contratação de planos de saúde, HD de computadores, aparelhos celulares e dispositivos de armazenamento de dados informatizados.
De acordo com o delegado Bruno Carvalho e Silva, diretor da Divisão de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), o esquema consistia no lançamento de dados qualificativos falsos referentes à idade, condição de saúde e outros nos formulários de contratação do plano de saúde, a fim de reduzir os custo.
‘Assim, os beneficiários, em princípio, acreditavam estar contratando os serviços de saúde das mencionadas operadoras, desconhecendo o engodo. Na medida que precisavam utilizá-los, tinham suas pretensões negadas, em decorrência da descoberta do golpe pelas operadoras”, explica o delegado.
Em virtude do esquema ilícito, diversos consumidores, em especial, idosos e portadores de enfermidades graves, foram acionados na Justiça para efetuarem o pagamento de serviços médicos hospitalares que não foram quitados pelas operadoras, com dívidas de proporções bastante elevadas.
O segundo modus operandi dos criminosos consistia em viabilizar a contratação do plano de saúde para interessados — sem que eles tivessem conhecimento — de que se tratavam de funcionários de pessoas jurídicas, beneficiários de planos de saúde na modalidade empresarial e ou coletivo.
”Para viabilizar a fraude, os criminosos elaboravam contratos de trabalhos contrafeitos. Consequentemente, diversos beneficiários de planos de saúde tiveram o pagamento de seus tratamentos médicos hospitalares negados pelas operadoras, em decorrência da descoberta do golpe”, destaca o delegado Bruno Carvalho e Silva.
Por fim, para garantir aparência de licitude ao esquema, os investigados constituam diversas corretoras de plano de saúde, que ao longo do esquema criminoso, foram extintas, criadas e/ou tiveram o nome empresarial modificado.