O caso envolvendo membros da Polícia Militar do 6º Batalhão do Distrito Federal, que gravaram e enviaram um vídeo ofensivo contra o delegado plantonista da 5ª Delegacia de Polícia, Bruno Linhares, apresenta novos desdobramentos. No vídeo, os policiais chamaram o delegado de termos ofensivos, como “filho da puta” e “arrombado”, para a própria delegacia.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) solicitou a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) devido às ameaças proferidas pelos policiais, agora em um novo vídeo enviado inadvertidamente, no qual o áudio foi mantido e revela novas ameaças.
A Corregedoria-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal investiga toda a situação envolvendo os policiais e o delegado Bruno Linhares. No vídeo mais recente, os policiais não apenas continuam com as ofensas como também ameaçam o delegado e sua família, afirmando:
“Vou montar uma blitz na porta do condomínio dele, vou multar ele. Se alterar, é taca”, disse um dos policiais. O Ministério da Igualdade Racial acompanha o caso e as medidas adotadas.
Durante a gravação, também é possível ouvir os policiais planejando outras ações. Um deles comenta: “Vamos ver onde ele bebe e vamos pegar ele dirigindo bêbado”. Outro acrescenta: “Deixa eu ver a academia que a mulher dele frequenta”. Além disso, outro policial chama o delegado de “baiano safado”.
Os insultos e ameaças começaram após os policiais terem detido suspeitos de tráfico de drogas. Bruno Linhares decidiu não registrar o flagrante devido à ausência de provas materiais, já que não houve apreensão de drogas nos casos.
Conduta questionável e investigação
Em outro vídeo enviado pela equipe da PM via telefone funcional da delegacia, com duração de 25 segundos, é possível ver os policiais abordando dois indivíduos. No áudio, uma policial instrui o colega a levar um dos suspeitos como testemunha e orientá-lo adequadamente. O policial responde: “Tem métodos”.
Conforme a denúncia feita pelo delegado Bruno Linhares e remetida ao Ministério Público, a equipe policial combinava versões previamente alinhadas para as testemunhas, atribuindo falsamente autoria de tráfico, mesmo sem evidências.
Bruno Linhares destacou ter enfrentado diversas vezes organizações criminosas, mas enfatizou que nem essas consideram ético ameaçar familiares. Ele expressou surpresa diante da conduta inadequada dos policiais militares, que deveriam atuar em parceria com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
O delegado ressaltou que o episódio deve servir como uma oportunidade para que as instituições responsáveis pela aplicação da lei atuem rigorosamente contra servidores que violam princípios éticos e morais, restabelecendo assim a cooperação institucional pelo objetivo comum do combate ao crime.