Um estudo divulgado pelo Ministério da Fazenda nesta terça-feira (12/8) aponta que os efeitos do Plano de Transformação Ecológica (PTE) sobre a economia serão mais evidentes no longo prazo, com maiores impactos entre 10 e 15 anos após sua adoção.
O PTE, lançado em 2023, é uma iniciativa governamental para criar políticas públicas que promovam o desenvolvimento do país e da sociedade em diversos setores.
Sobre o Produto Interno Bruto (PIB), o estudo apresenta três cenários:
- Curto prazo (2025-2030): o crescimento médio do PIB pode subir de 2,38% (cenário base intermediário) para até 3,02% com o PTE (+27%). No cenário pessimista, a alta vai de 1,19% para 1,83% (+53%).
- Médio prazo (2025-2040): o crescimento médio passa de 2,10% (base) para até 2,38% (+13%). No cenário pessimista, há aumento de 0,95% para 1,21% (+27%).
- Longo prazo (2025-2050): o crescimento médio sobe de 2,05% para até 2,21% (+8%). No cenário pessimista, o avanço é de 0,86% para 1,01% (+17%).
Desigualdade e geração de empregos
O estudo mostra que, nos primeiros anos de implementação do PTE, houve aumento no nível de emprego. Com a implementação total, estima-se a criação de 2 milhões de novos postos de trabalho, independentemente do cenário considerado. Ítalo Pedrosa, professor responsável pelo estudo, destaca que “tornar a economia brasileira mais sustentável não significa perda significativa de vagas em setores importantes, como as indústrias ligadas ao petróleo”. Ele comenta que “a capacidade de disseminação de empregos na sociedade é ampla”.
Sobre a desigualdade, a pesquisa indica um declínio na desigualdade de renda em todos os cenários analisados, especialmente quando as políticas do plano forem totalmente realizadas. Nenhum cenário aponta aumento da desigualdade com a implementação do PTE.
Redução das emissões e preservação ambiental
A implementação completa do plano acelera a redução das emissões de gases poluentes, incluindo a eliminação do desmatamento. Além disso, o setor agropecuário passa a atuar como um absorvedor líquido de CO2, compensando as emissões remanescentes da indústria e da geração de eletricidade. Isso depende principalmente do aumento da produtividade da terra e de políticas eficazes de comando e controle.
O estudo também destaca que as medidas do plano não apenas contribuem para a descarbonização, mas também ajudam a preservar a biodiversidade do Brasil.
Este levantamento foi realizado por meio de uma parceria entre o Ministério da Fazenda e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foram avaliados nove cenários que consideram as condições políticas e econômicas mais otimistas e pessimistas. Este é o primeiro estágio do estudo, que será aperfeiçoado posteriormente, incluindo novas variáveis e melhorias metodológicas.
Para o secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, é possível rever os incentivos econômicos mesmo em tempos de restrição fiscal. Segundo ele, limitações políticas ou econômicas não devem impedir a implementação do plano.
Objetivos e eixos do Plano de Transformação Ecológica
O plano busca alcançar três metas principais: gerar empregos qualificados e tecnologias, promover a sustentabilidade ambiental e assegurar uma distribuição justa de renda e uma transição equitativa.
Essas metas são estruturadas em oito áreas principais:
- Finanças Verdes
- Fortalecimento Tecnológico
- Bioeconomia
- Mudança para Energia Limpa
- Economia Circular
- Nova Infraestrutura Sustentável