O Distrito Federal enfrenta o desafio de melhorar a conexão das ciclovias, ampliar os locais para estacionar bicicletas, garantir calçadas acessíveis e amplas, além de integrar a mobilidade a pé e de bicicleta com o transporte público coletivo. Essas necessidades foram identificadas em um estudo sobre a mobilidade urbana, uma etapa essencial para construir o Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) e o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS).
Até o dia 4 de setembro, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF) realizará oficinas temáticas e reuniões públicas à noite (das 19h às 21h) em todas as 35 regiões administrativas do DF. Estas reuniões permitirão que a população participe, discutindo os dados e desafios apontados pelo estudo, que contou com ampla participação dos moradores.
Dados e métodos inovadores
O estudo incluiu pesquisas de campo para entender de onde e para onde as pessoas viajam, o nível de satisfação dos usuários do transporte público, contagem de veículos e avaliação das condições da infraestrutura para ciclistas e pedestres. Uma inovação foi a análise de dados reais de deslocamento a partir de informações de telefonia móvel, além das entrevistas tradicionais.
Ciclovias desconectadas e calçadas insuficientes
A rede de ciclovias do DF tem 712 km, principalmente concentrados no Plano Piloto, mas não está bem conectada. James Soares, ativista da Rede Urbanidade e Rodas da Paz, destacou em audiência pública que os principais problemas para a mobilidade a pé e de bicicleta são: calçadas ruins em todas as cidades, falta de conexão e manutenção das ciclovias, alta velocidade das vias que prejudica ciclistas e pedestres, tempo de espera nos semáforos que favorece carros, e falta de bicicletários em pontos estratégicos, o que afasta as pessoas de usar bicicleta.
A equipe técnica responsável pelos planos reconhece que esses problemas foram confirmados pelas pesquisas feitas nas 35 regiões administrativas. Para Fernanda Malon, engenheira do Labtrans, o diagnóstico oferece uma base para propor soluções concretas.
Propostas para uma mobilidade segura e acessível
O estudo destaca a importância da acessibilidade universal para superar barreiras à mobilidade a pé. Apesar do índice de facilidade para caminhar ser razoável, é necessário reformar calçadas, instalando recursos de acessibilidade, árvores e iluminação apropriada, especialmente perto de pontos de ônibus e rodoviárias.
Entre as propostas estão reduzir a velocidade em várias vias e melhorar as travessias, principalmente em áreas afastadas do Plano Piloto e locais com alta incidência de acidentes, pois 35% das vítimas no trânsito são pedestres.
Para o ciclismo, a meta é conectar as ciclovias e fortalecer a integração com o transporte coletivo, facilitando o acesso a terminais e pontos de ônibus por bicicletas. Será essencial ampliar a infraestrutura, incluindo estacionamento para bicicletas em comércios, locais de trabalho e terminais.
“Para que as pessoas usem bicicletas, é preciso garantir infraestrutura adequada para circulação e estacionamento,” ressaltou Fernanda Malon, destacando que o PDTU buscará soluções para tornar o ciclismo uma opção segura e eficiente para deslocamentos diários e lazer.
Com informações da Semob-DF