Apesar das incertezas sobre o futuro da proposta, Donald Trump descreveu o anúncio como “um dos dias mais significativos da história da civilização”.
O plano recebeu respaldo importante de oito países, entre eles nações árabes e muçulmanas, que expressaram apoio à iniciativa do presidente americano. Em uma declaração conjunta, Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Turquia — países que reconhecem Israel — além de Catar, Arábia Saudita, Indonésia e Paquistão, elogiaram os “sinceros esforços” de Donald Trump para encerrar o conflito em Gaza.
Esses países se comprometeram a colaborar de forma “positiva e construtiva com os Estados Unidos e as partes envolvidas para finalizar o acordo e garantir sua execução”.
O Paquistão, que busca estreitar relações com Washington, já tinha manifestado confiança de que Donald Trump está pronto para atuar conforme necessário para garantir o fim do conflito.
Apoio condicional e críticas internas em Israel
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, manifestou apoio ao plano, condicionando-o ao atendimento dos objetivos de guerra de Israel.
Netanyahu destacou que, caso o Hamas rejeite a proposta ou descumpra seus termos, Israel continuará a ação militar por conta própria, com o “total apoio” prometido por Donald Trump. Ele também afirmou que as forças israelenses manterão a segurança em Gaza.
No entanto, o plano enfrentou forte oposição da extrema-direita em Israel. O ministro das finanças, Bezalel Smotrich, aliado significativo de Netanyahu, classificou o projeto como um “fracasso diplomático” e criticou o texto como uma “mistura inadequada” que ignora as lições do conflito iniciado em 7 de outubro de 2023.
Reações divergentes na Palestina
As opiniões palestinas foram divididas. A Autoridade Palestina, sediada na Cisjordânia, expressou apoio à iniciativa, saudando os “esforços determinados” de Donald Trump.
Em contrapartida, o grupo armado Jihad Islâmica, aliado do Hamas, repudiou o plano, qualificando-o como uma “fórmula para perpetuar a agressão contra o povo palestino”. Alegaram que Israel tenta impor seus objetivos pela via dos Estados Unidos, algo que não conseguiu conquistar pela guerra.
O Hamas ainda não divulgou manifestação detalhada, afirmando aguardar o recebimento oficial do documento. Mediadores do Catar e do Egito confirmaram a entrega da proposta aos representantes do Hamas.
Apoio da Europa e da China
Os parceiros europeus dos Estados Unidos rapidamente endossaram a iniciativa, conclamando o Hamas a aceitá-la. O presidente francês, Emmanuel Macron, elogiou o compromisso de Donald Trump em encerrar o conflito e pediu a libertação imediata dos reféns, além da adesão das partes ao plano.
O gabinete do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reafirmou apoio firme aos esforços para cessar as hostilidades e assegurar ajuda humanitária. O ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que deve integrar uma autoridade de transição após o conflito, qualificou o plano como uma iniciativa “corajosa e inteligente”.
António Costa, presidente da União Europeia, junto a líderes da Itália e da Alemanha, apelou para que todas as partes aproveitem esta oportunidade para realmente buscar a paz.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que anteriormente acusou Israel de cometer atrocidades em Gaza, também declarou apoio à proposta, ressaltando que a solução de dois Estados é a única viável.
A China manifestou seu apoio a todos os esforços que visem diminuir as tensões entre Palestina e Israel.