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quarta-feira, 19/11/2025




Pl antifacção aprovado em sua sexta versão: principais pontos

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Em Brasília

O Projeto de Lei (PL) Antifacção (5582/25) foi aprovado pela Câmara dos Deputados na noite de terça-feira (18/11), com 370 votos favoráveis, 110 contrários e 3 abstenções, após seis versões do parecer apresentadas pelo relator, Guilherme Derrite (PP-SP). A aprovação ocorreu em meio a críticas diversas, incluindo setores do centro, direita, base governista e oposição.

A aprovação representa uma derrota política para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e evidenciou um conflito entre o Planalto e a Câmara liderada por Hugo Motta (Republicanos-PB). O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), declarou que a escolha de Derrite como relator provocou uma “crise de confiança” entre o governo e o líder da Casa.

A base governista tentou adiar a votação duas vezes e propôs retornar ao texto original do Executivo, mas todas as tentativas foram rejeitadas pelo plenário. O PL foi, então, aprovado definitivamente.

Ao final da sessão, Hugo Motta adotou um tom conciliador, afirmando que “mesmo em tempos de polarização, um ponto de encontro entre diferentes visões é possível” e frisou que “não é a vitória de A ou B, e sim uma vitória do povo brasileiro”.

Principais aspectos do PL Antifacção aprovado

Competência da Polícia Federal

O tema mais debatido durante a tramitação foi a competência e o uso dos recursos da Polícia Federal (PF). No texto final:

  • Se a investigação for conduzida pela esfera estadual, os bens apreendidos ligados ao crime organizado serão destinados ao Fundo de Segurança Pública estadual;
  • Se a PF atuar na operação, os valores arrecadados irão para o Fundo Nacional de Segurança Pública.

Mesmo assim, a PF manifestou preocupação com possível redução de orçamento devido à divisão dos recursos.

Endurecimento das penas e recuos

A oposição tentou incluir no projeto a equiparação de facções criminosas a grupos terroristas, o que foi rejeitado pelo relator Guilherme Derrite. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), apresentou destaque para recuperar essa proposta, porém foi barrado pelo líder Hugo Motta.

O texto aprovado elevou consideravelmente as penas para crimes praticados por membros de facções, por exemplo:

  • Homicídio doloso: aumento de 6-20 anos para 20-40 anos;
  • Lesão corporal seguida de morte: aumento de 4-12 anos para 20-40 anos;
  • Roubo: aumento de 4-10 anos para 12-30 anos;
  • Ameaça: detenção de 1-6 meses para reclusão de 1-3 anos;
  • Entre outros crimes, com aumento proporcional das penas.

Bloqueio de bens

O PL prevê o bloqueio de bens dos envolvidos em crimes relacionados a organizações criminosas, milícias ou grupos paramilitares durante a investigação ou ação penal. O bloqueio pode ser determinado pelo juiz ou solicitado pelo Ministério Público e inclui bens móveis, imóveis, valores, criptomoedas e cotas societárias.

Além disso, o texto veda anistia, graça, indulto, fiança e liberdade condicional para integrantes dessas facções.

Próximos passos

Após a aprovação na Câmara, o projeto seguirá para análise no Senado, onde terá como relator o senador Alessandro Vieira (MDB-SE).

Essas medidas visam fortalecer o combate ao crime organizado e garantir maior segurança pública no país.




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