Luiz Awazu Pereira, ex-diretor de Política Econômica do Banco Central e ex-secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, acredita que usar o Pix em várias regiões pode ajudar a diminuir a dependência do dólar nos pagamentos entre países próximos.
Durante um webinar da Fundação FHC, Awazu explicou que o Pix não serve só para uso dentro do Brasil, mas pode se tornar uma ferramenta para facilitar pagamentos e transferências dentro de uma região, tornando os processos mais rápidos e baratos.
Ele comentou que o governo dos Estados Unidos, quando presidido por Donald Trump, ficou atento ao Pix por ser uma tecnologia barata, rápida e segura, que pode crescer regionalmente. Isso causa preocupação para quem deseja manter o domínio da moeda americana, mesmo que isso signifique enfrentar problemas financeiros e políticos.
Stablecoins como opção ao dólar
O uso de stablecoins, que são moedas digitais ligadas a ativos estáveis, poderia ser uma alternativa para evitar o uso direto do dólar nas transações. No entanto, essa ideia tem um problema: as stablecoins lastreadas em dólar acabam exigindo mais dólares guardados para garantir seu valor, o que não resolve a dependência da moeda americana, segundo Luiz Awazu Pereira.
Ele destacou que o dólar continua sendo importante no sistema financeiro global porque é usado como reserva internacional, meio de pagamento e na área financeira.
Outro especialista, Otaviano Canuto, ex-diretor do FMI e ex-secretário do Ministério da Fazenda, concorda que a popularidade das stablecoins baseadas no dólar pode aumentar a demanda por títulos do Tesouro dos EUA, fortalecendo ainda mais o dólar.

