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domingo, 16/11/2025




Pix faz 5 anos: as principais mudanças e novidades

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JÚLIA GALVÃO E JÚLIA MOURA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O Pix comemora cinco anos neste domingo (16) com uso crescente em todo o Brasil. De acordo com dados recentes do Banco Central, o sistema já conta com 162 milhões de usuários, ultrapassando o número de trabalhadores ativos no país, estimado em 110 milhões.

Somente em outubro, foram feitas 7,3 bilhões de operações que movimentaram R$ 3,3 trilhões, correspondendo a cerca de um terço do Produto Interno Bruto do Brasil.

Apesar disso, a TED (Transferência Eletrônica Disponível) continua sendo a líder em valor movimentado, alcançando R$ 3,9 trilhões em outubro. Para algumas empresas, as tarifas da TED são mais vantajosas do que as do Pix, que é gratuito somente para pessoas físicas.

O crescimento diário é expressivo e, segundo estudo do Ebanx com base em informações do Banco Central, espera-se que o Pix alcance 7,9 bilhões de transações em dezembro, impulsionado pelas compras de fim de ano. Caso o ritmo se mantenha, o valor movimentado poderá chegar a R$ 35,3 trilhões em 2025, um aumento de 34% em relação ao ano anterior.

Esse avanço é único entre os sistemas de pagamento instantâneo no mundo. Segundo o Ebanx, o UPI na Índia, modelo que inspirou o Pix, levou quase sete anos para atingir esse volume.

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, expressa satisfação com o crescimento e desenvolvimento do Pix, considerando-o motivo de orgulho para a instituição e a sociedade brasileira.

Origem do Pix

Embora lançado em 2020, o Pix começou a ser planejado em 2018, quando o Banco Central formou um grupo com representantes do setor financeiro e acadêmico para discutir pagamentos instantâneos.

Denis Silva, CEO do Efí Bank, destaca que o Pix proporciona pagamentos rápidos, simples e econômicos, facilitando as transações para pessoas e empresas e beneficiando a economia como um todo.

Fernanda Garibaldi, diretora-executiva da Zetta, enxerga o Pix como um exemplo de inovação pública, demonstrando que o Estado pode criar soluções eficientes em grande escala.

Gustavo Lino, diretor da INIT, ressalta que o fortalecimento do Banco Central é essencial para a regulação e avanço do Pix, incluindo aumento do quadro de servidores para melhor fiscalização.

Garibaldi também aponta como desafio manter a vigilância constante sobre as condutas das empresas que utilizam a infraestrutura pública do Pix, garantindo a segurança do sistema.

Segurança

O Pix esteve no centro das discussões recentes devido a ataques cibernéticos que desviaram bilhões de reais. Em junho deste ano, hackers roubaram cerca de R$ 813 milhões de contas usadas para gerir transferências Pix, o que reforçou a necessidade de aprimorar a segurança.

O Banco Central afirma ter aprendido com esses eventos e está implementando novas regulamentações para provedores de tecnologia (PSTIs), que foram a porta de entrada dos ataques.

Ailton de Aquino, diretor de Fiscalização do Banco Central, garante que as estruturas do BC e do Pix são resistentes, com monitoramento constante e ações contínuas para proteger o sistema.

Efeito do Pix

Mauro Rochlin, doutor em economia e professor da FGV, observa que o Pix reduziu custos para quase todos os envolvidos, eliminando tarifas cobradas anteriormente em Transferências TED ou DOC para pessoas físicas.

A popularização do Pix também impactou a circulação de dinheiro em espécie. Por exemplo, o lançamento da cédula de R$ 200 em 2020 teve aceitação menor que o esperado, com apenas 12,7% da emissão entrando em circulação, o que se relaciona à maior preferência pelo Pix.

Além disso, o Pix diminuiu os custos de manter dinheiro físico para reguladores e instituições financeiras.

Funcionalidades atuais do Pix

Pix Tradicional

É a forma mais comum de uso, permitindo transferências instantâneas entre contas a qualquer hora, grátis para pessoas físicas. Pode ser feita por chaves como CPF, email ou celular, ou pela leitura de QR Code.

Transações podem ser feitas de contas correntes, poupança ou pré-pagas, com liquidação imediata e notificações para remetente e destinatário.

Pix Cobrança

Ferramenta que permite empresas receber pagamentos via Pix usando QR Code ou código Copia e Cola, para pagamentos imediatos ou em datas futuras, em pontos físicos ou online.

Pix Saque e Pix Troco

Pix Saque permite retirar dinheiro em lojas, lotéricas ou caixas eletrônicos. Pix Troco possibilita compras com retirada de dinheiro junto.

Para usar, basta ler o QR Code e fazer a transferência; a oferta do serviço é opcional para comerciantes.

Clientes podem sacar dinheiro em caixas eletrônicos de qualquer banco que ofereça este serviço, não apenas onde têm conta.

Pix Agendado Recorrente

Para transferências fixas e repetidas, ideal para mesadas, pagamentos mensais ou serviços regulares.

Pix por Aproximação

Lançado em fevereiro deste ano, permite pagar aproximando o celular ou relógio da maquininha, sem abrir app ou ler QR Code.

Pix Automático

Para pagamentos recorrentes automáticos, como contas e assinaturas, debitando o valor na data combinada sem ação do usuário. Lançado em junho, facilita o acesso para quem não tem cartão de crédito.

O usuário pode definir limites máximos e cancelar agendamentos até o dia anterior ao débito.

Pix por comando de voz, mensagem e imagem

Alguns bancos possibilitam transferências por voz, texto ou envio de imagens com dados da transação, frequentemente via WhatsApp ou chat do app.

Pagamento de boletos com Pix

Desde fevereiro, boletos podem ser pagos por Pix com leitura de QR Code no documento, tornando o processo mais ágil.

Futuras funcionalidades do Pix

Pix Parcelado

Funcionalidade já oferecida por vários bancos, ainda sem regulação oficial, que permitirá parcelar pagamentos Pix com juros. Pode estimular compras maiores no varejo, beneficiando quem não tem crédito fácil.

Gabriel Galípolo comenta que o objetivo é garantir o funcionamento correto desse recurso.

Pix em Garantia

Permitirá usar recebíveis futuros do Pix como garantia em empréstimos para empresas, reduzindo custos de crédito. Voltado para empresas, sem impacto para pessoas físicas, será lançado por volta de 2026.

Pix Internacional

Embora não tenha data oficial, já é possível receber pagamentos por Pix em alguns países, como Portugal e Argentina, especialmente para brasileiros residentes ou viajantes. Para isso, é necessário ter conta no Brasil e chave cadastrada.




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