O setor de transporte aéreo no Brasil pode enfrentar paralisação nos aeroportos logo no começo da próxima semana, às vésperas de 2025. O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) declarou estado de greve e convocou uma assembleia geral extraordinária para a manhã da próxima segunda-feira (29/12), quando pilotos e comissários decidirão se iniciam uma greve.
A reunião ocorrerá às 9h30 na sede do sindicato, localizada em São Paulo. Os profissionais reivindicam melhores condições laborais e aumento salarial.
O estado de greve foi determinado depois que pilotos e comissários rejeitaram, na votação encerrada em 22/12, a proposta das companhias aéreas para renovar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), negociada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
De acordo com o SNA, 49,31% dos votos foram contrários à proposta das empresas, 49,25% a favor e 1,44% se absteram. A negociação envolve somente as companhias Azul e Gol. Já em dezembro, os pilotos da Latam aprovaram os acordos apresentados pela empresa.
Principais demandas da categoria
- Reajuste salarial conforme o INPC mais 3%;
- Aumento do vale-alimentação conforme o INPC mais R$ 105;
- Plano de previdência privada;
- Elevação das diárias internacionais (US$ 4 para América do Sul, EUA e América Central);
- Pagamento em dobro da hora noturna.
Além disso, os aeronautas ressaltam que o combate à fadiga é uma pauta fundamental, relacionada tanto à saúde dos trabalhadores quanto à segurança operacional.
Proposta do Tribunal Superior do Trabalho
Como contraponto, o TST sugeriu nesta terça-feira um novo acordo com reajuste salarial pelo INPC mais 0,5% e aumento de 8% no vale-alimentação. Essa proposta será avaliada na assembleia de segunda-feira.
Se a greve for aprovada, a paralisação não será imediata, pois existe um prazo legal de 72 horas antes do início do movimento.
O impasse surge no momento de maior movimentação do transporte aéreo, durante as festas de fim de ano, o que pode impactar os voos do Ano Novo. Até a decisão da assembleia, os tripulantes continuam trabalhando normalmente.
Em comunicado, o SNA reconheceu os transtornos que uma eventual greve causaria aos passageiros, mas reforçou que a mobilização é a última alternativa diante das dificuldades nas negociações. O sindicato defende que a valorização dos aeronautas é crucial para garantir a segurança e a qualidade da aviação civil no Brasil.

