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sábado, 06/09/2025

PIB cai por causa dos juros altos, mas ainda preocupa o BC

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O Produto Interno Bruto (PIB) divulgado recentemente mostrou que os juros altos começaram a desacelerar a economia. Isso é importante para ajudar a controlar a inflação, que o Banco Central (BC) quer manter perto de 3%. Porém, essa desaceleração ocorreu mais lentamente do que os especialistas esperavam, o que pode dificultar a decisão do BC de reduzir os juros ainda neste ano.

Vários indicadores confirmam que o BC está alcançando seu objetivo. Por exemplo, o consumo das famílias cresceu só metade do que cresceu no trimestre anterior, e os investimentos caíram, interrompendo meses seguidos de crescimento. Setores que dependem muito de crédito, como construção e indústria, apresentaram queda.

Além do aumento dos juros, a economia também sentiu a diminuição dos efeitos da colheita recorde de grãos, que no início do ano ajudou a mascarar o impacto da alta da Selic nas áreas mais sensíveis à política monetária.

No geral, o PIB do segundo trimestre cresceu um pouco mais do que esperado, impulsionado principalmente pelos serviços. Apesar disso, muitos especialistas acreditam que a alta dos juros continuará reduzindo o ritmo da economia.

Os economistas do Bradesco esperam que a economia mal cresça na segunda metade do ano, já que os efeitos dos juros altos se acumulam. O Santander também vê sinais de desaceleração, prevendo crescimento baixo para os próximos meses.

Por outro lado, estímulos fiscais, como pagamentos de precatórios, e um mercado de trabalho aquecido podem ajudar a manter a demanda. O governo também está ajudando exportadores para compensar prejuízos causados por tarifas americanas.

Segundo o economista André Perfeito, os dados do IBGE mostram que a atividade econômica está resistente, o que reduz a chance de cortes nos juros no momento. Ele acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai esperar por sinais mais claros de desaceleração antes de cortar os juros.

O economista-chefe da Lev Asset Management, Jason Vieira, destacou que, embora a política monetária esteja funcionando, o BC provavelmente não reduzirá os juros este ano por causa das incertezas fiscais, que mantêm a inflação elevada. Ele prevê que o afrouxamento dos juros poderá começar apenas no começo do próximo ano.

Rodolfo Margato, da XP Investimentos, comentou que o PIB confirma a desaceleração nos setores que dependem de crédito, enquanto áreas mais sensíveis à renda permanecem fortes. Ele citou segmentos como veículos, construção e eletrodomésticos perdendo força por causa dos juros altos e do endividamento das famílias. No entanto, o mercado de trabalho continua aquecido, com o desemprego em níveis baixos e renda crescente.

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