A Polícia Federal está realizando uma operação nesta terça-feira (16) contra um grupo suspeito de cometer crimes financeiros por meio de casas de apostas ilegais.
A investigação aponta que os donos dessas casas de apostas compravam serviços para burlar os ganhos dos apostadores.
O grupo teria captado ilegalmente mais de R$ 50 milhões. Um dos envolvidos recebeu cerca de R$ 28,3 milhões em dois anos, sem respaldo financeiro.
Em aproximadamente dois anos, um dos suspeitos recebeu sozinho mais de R$ 28,3 milhões sem qualquer lastro financeiro. A organização criminosa captou ilegalmente, estima-se, mais de 50 milhões de reais.
A Justiça determinou o bloqueio de carros de luxo, valores em contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados.
Os suspeitos também atuavam com uma plataforma de opções binárias, onde o usuário aposta se o valor de um ativo, como moeda ou criptomoeda, vai subir ou cair. O apostador não compra o ativo, apenas especula sobre sua variação.
Segundo a Polícia Federal, essa ferramenta se parece mais com jogos de azar do que com investimentos tradicionais.
Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em várias cidades, incluindo Rio de Janeiro, Goiânia, Manaus, Santana do Parnaíba (SP), Barra do Bugres (MG), Campos dos Goytacazes (RJ) e São Fidélis (RJ).
A investigação também aponta suspeita de enriquecimento ilícito de influenciadores digitais em São Fidélis.
A PF informa que o grupo contratou programadores chineses que criavam ferramentas usadas para manipular a plataforma. Essas ferramentas eram compradas e revendidas pelos investigados com promessa de lucro.
Os investigados que trabalhavam nos sites de apostas contratavam influenciadores digitais para promover as marcas. Esses influenciadores, segundo a Polícia Federal, lucravam com as perdas dos apostadores, conforme contrato.
Outro grupo criou sua própria plataforma de apostas em opções binárias e bloqueava contas e saques dos clientes que ganhavam.
Três empresas estão sob investigação, sendo que duas estão proibidas de funcionar legalmente. Os nomes das empresas e dos suspeitos não foram divulgados.
Quatro pessoas investigadas deverão cumprir medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de usar plataformas de investimento e apostas.
Os suspeitos podem responder por crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital.

