A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) realizaram uma nova fase da Operação Sem Desconto, investigando um grande esquema de descontos indevidos em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Foram cumpridos 63 mandados de busca e apreensão, além de 10 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares em 14 estados e no Distrito Federal.
Entre os presos está Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS na gestão Lula (PT), que teve prisão preventiva decretada. José Carlos Oliveira, ex-ministro do Trabalho e Previdência no governo Bolsonaro (PL), foi monitorado com tornozeleira eletrônica.
As investigações apontam crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva e ocultação de bens.
Desde abril, a Operação Sem Desconto resultou na prisão de pelo menos 18 pessoas, entre políticos e empresários. Entre os investigados estão os empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “careca do INSS”, e Maurício Camisotti.
O “careca do INSS” seria intermediário entre sindicatos e associações, recebendo recursos debitados indevidamente dos aposentados e repassando parte a servidores do INSS ou seus familiares e empresas ligadas. A Polícia Federal identificou que pessoas físicas e jurídicas ligadas a ele receberam mais de R$ 53 milhões.
Maurício Camisotti é investigado como um dos beneficiários finais das fraudes envolvendo associações de beneficiários, embora negue as acusações.
O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), comemorou a operação afirmando que o país enfrenta um esquema criminoso e organizado que prejudicou aposentados e pensionistas, e enfatizou que não haverá impunidade para os envolvidos, independentemente da posição ou influência.
A defesa de Alessandro Stefanutto declarou que sua prisão é ilegal, pois ele tem colaborado com as investigações e confia na comprovação de sua inocência ao final do processo.
Vários bens foram apreendidos na operação, incluindo cofre, dinheiro, armas e veículos de luxo, espalhados por diferentes estados.
Informações da Polícia Federal e Controladoria-Geral da União.
