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segunda-feira, 01/09/2025

PF investiga lobista por falsificar ordem de prisão do STJ para extorquir empresário

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Andreson de Oliveira Gonçalves, um lobista, está sob suspeita da Polícia Federal por ter criado documentos falsos relacionados a uma investigação do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Og Fernandes. Esses documentos falsificados teriam sido usados para tentar extorquir um empresário. A defesa do lobista e o gabinete do ministro foram contatados, mas não quiseram comentar o caso. O empresário confirmou ter sido abordado pelo lobista, porém negou ter fechado negócio.

A Polícia Federal realizou uma busca e apreensão na residência de Rodrigo Falcão, chefe de gabinete do ministro, devido a suspeitas de que ele teria divulgado documentos sigilosos da Operação Faroeste para o lobista. Até agora, não há provas que liguem Falcão ao lobista.

Nos arquivos do lobista, a PF encontrou tanto documentos verdadeiros do STJ quanto falsificados, todos com a marca d’água do tribunal para parecerem legítimos. O lobista utilizava esses documentos falsos para tentar influenciar decisões e atrair clientes.

As investigações indicam que o lobista acessava informações antecipadas de alguns gabinetes do STJ e criava documentos para enganar e captar clientes. “A presença desses elementos sugere que ele usava documentos falsos para conferir uma aparência de legitimidade a arquivos que poderiam ser duvidosos”, explica o relatório da PF.

Dois documentos falsificados encontrados no computador do lobista são um pedido falso da Procuradoria-Geral da República (PGR) para a prisão do empresário Nelson Vigolo na Operação Faroeste e uma decisão falsa do ministro Og Fernandes sobre o caso. A PGR afirmou que nunca solicitou a prisão de Vigolo e, portanto, a decisão atribuída ao ministro também é falsa.

Nelson Vigolo confirmou ter sido procurado pelo lobista com uma oferta de serviços ligados à Operação Faroeste, mas negou ter aceito a proposta. O ministro Og Fernandes não comentou sobre as suspeitas relacionadas ao lobista.

A PGR realmente havia solicitado busca e apreensão contra Nelson Vigolo e prisão temporária de outras pessoas, e o ministro Og Fernandes autorizou integralmente esses pedidos.

A principal suspeita é que o lobista criou esses documentos falsos para pressionar Vigolo a contratar o escritório de advocacia vinculado à sua esposa, a advogada Miriam Ribeiro Gonçalves. Um contrato no valor de 3 milhões de reais, supostamente destinado a Vigolo, também foi encontrado.

De acordo com o relatório, “a existência dessas minutas de contrato e procuração indicam que o pedido falso de prisão preventiva e a minuta da decisão do ministro Og Fernandes foram usados por Andreson para convencer Nelson Vigolo a contratar o escritório Ribeiro e Martins Advogados Associados, ligado à sua esposa Mirian“.

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