A Polícia Federal está investigando uma possível ligação entre ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e um empresário chamado Haroldo Augusto Filho, que está sendo acusado de corrupção no Judiciário.
As investigações começaram a partir da análise de celulares e documentos apreendidos na Operação Sisamnes. No aparelho do empresário, foram encontrados diálogos com parentes de ministros e menções a essas autoridades.
Um dos ministros investigados é João Otávio de Noronha, ex-presidente do STJ, que teria usado um avião particular cedido por Haroldo Augusto Filho para viajar de Brasília a Cuiabá em abril de 2024 para participar de um evento patrocinado pela empresa do empresário.
Outro ministro citado é Marco Buzzi, cujo filha, a advogada Catarina Buzzi, teve diálogos com Haroldo. O ministro também participou de eventos patrocinados pela empresa do empresário, e há indícios de que a empresa Fource, da qual Haroldo é sócio, atua nos bastidores de processos judiciais, mesmo não aparecendo diretamente neles.
A investigação também descobriu que Haroldo teria comprado decisões judiciais em Mato Grosso e que pode estar tentando fazer o mesmo no STJ. Dois operadores, o advogado Roberto Zampieri, assassinado em 2023, e o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, estão envolvidos na suspeita de corrupção de assessores de ministros.
A investigação é conduzida sob relatoria do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin. Os ministros citados negam qualquer proximidade com Haroldo e não são formalmente investigados até o momento.
Embora a Polícia Federal tenha encontrado diversas provas contra Haroldo e os operadores envolvidos, ainda está sendo avaliado se as menções aos ministros indicam irregularidades ou meras tentativas do empresário de se aproximar de autoridades públicas.