A Polícia Federal informou que a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), que recebeu recursos desviados de aposentadorias, pagou um carro SUV no valor de R$ 400 mil para o procurador-geral do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho.
A defesa de Virgílio afirmou que não irá comentar o caso por não ter acesso completo aos documentos do processo. A advogada Izabella Borges declarou que a defesa não fará manifestações enquanto não puder analisar integralmente os autos.
As informações vieram de conversas e planilhas dos dirigentes da Conafer que foram enviadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, responsável pelas prisões dos líderes da Conafer e do procurador.
Nos diálogos obtidos, o presidente da entidade, Carlos Lopes, orienta o operador financeiro Cícero Marcelino a pagar as despesas relacionadas à compra, seguro e impostos do veículo Toyota SW4, avaliado em cerca de R$ 400 mil.
Em novembro de 2023, Carlos Lopes questiona sobre o carro de Virgílio e Cícero responde que está cuidando do seguro. Uma planilha enviada por Cícero detalha pagamentos divididos, indicando uma parcela de R$ 116 mil referente ao veículo, apelidado de “Amigo V” para Virgílio.
Conversas diretas entre Virgílio e Cícero Marcelino mostram que o procurador discutiu o pagamento do IPVA do carro e solicitou o boleto para efetuar o pagamento pessoalmente.
A Polícia Federal também concluiu que Cícero e Carlos pagavam despesas dos veículos de Virgílio usando empresas intermediárias, que recebiam dinheiro da Conafer. Essas quantias foram obtidas por meio de descontos indevidos nas aposentadorias e pensões do INSS.
A defesa dos dirigentes da Conafer não respondeu aos pedidos de contato.
