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sexta-feira, 07/11/2025




PF investiga banco Master após BC enviar dados ao MPF

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Em Brasília

ADRIANA FERNANDES
FOLHAPRESS

A Polícia Federal deu início a uma investigação sobre o banco Master, após o Banco Central repassar informações importantes ao Ministério Público Federal.

Essas informações foram enviadas pelo Banco Central com base em documentos que fundamentaram a decisão de impedir a compra do banco Master pelo BRB (Banco de Brasília).

O caso está em segredo de justiça e em uma fase inicial. Até agora, ninguém envolvido foi chamado para prestar depoimento. A investigação tem duração prevista de 30 dias, podendo ser estendida.

O banco Master afirmou não ter conhecimento sobre a investigação. Até o momento, o BRB não se manifestou, e o Banco Central comunicou que não comentará o assunto.

A decisão do Banco Central de bloquear a aquisição do banco Master pelo BRB foi tomada em 3 de setembro. Somente o BRB e o Master tiveram acesso aos motivos que levaram o BC a barrar o negócio. Um dos principais problemas apontados foi o risco de herdar operações desconhecidas do banco Master, o que potencialmente poderia prejudicar o BRB.

Em março, o anúncio do acordo entre o Master e o BRB chamou a atenção do sistema bancário devido às ligações políticas do dono do Master, Daniel Vorcaro, e por operações arriscadas envolvendo precatórios, Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e transações de ativos.

Algumas pessoas próximas ao tema relataram que parte das carteiras de crédito consignado vendidas pelo Master ao BRB pode estar supervalorizada, ou seja, os valores registrados podem ser maiores do que realmente valem.

O acordo previa que o BRB comprasse R$ 23 bilhões em ativos do Master, que ficaria com cerca de R$ 48 bilhões restantes. Agora, Daniel Vorcaro pode tentar negociar com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para evitar uma intervenção do Banco Central no Master.

O FGC já concedeu um empréstimo emergencial de R$ 4 bilhões para manter o banco com liquidez imediatamente. Esse empréstimo precisa ser renovado esta semana, mas o FGC mostrou resistência em estender o apoio.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tinha uma reunião marcada com o FGC em São Paulo, mas o encontro foi cancelado recentemente.

Além dessa investigação, a Polícia Federal já havia aberto um outro inquérito sobre o banco Master no ano passado, envolvendo suspeitas de gestão fraudulenta e conexões do controlador do Master com o empresário Nelson Tanure.




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