A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está aprofundando suas investigações para identificar o envolvimento do “núcleo político” no esquema de fraudes em benefícios.
Uma recente operação da Polícia Federal (PF), realizada na quinta-feira (13), motivou o colegiado a avançar para uma nova etapa, mirando diretamente os nomes do “primeiro escalão” ligados ao caso. Essa é a determinação do presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
De acordo com ele, o “primeiro escalão” envolve pessoas com influência política no esquema, enquanto o segundo é composto por servidores, e o terceiro pelos operadores e laranjas.
“Queremos descobrir quem auxiliou, indicou ou nomeou envolvidos, quais benefícios receberam para manter o esquema ativo, e como políticos foram beneficiados”, declarou o senador após a ação da PF.
Na operação de quinta-feira, denominada “Sem Desconto”, a PF focou no “núcleo político” da rede fraudulenta. A própria corporação categorizou a investigação em três núcleos principais: político, financeiro e de comando.
Entre os alvos estavam o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e o deputado estadual do Maranhão Edson Araújo (PSB).
No mesmo dia, a CPMI decidiu pela convocação e quebra de sigilo de Edson Araújo, que é vice-presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA). Ele teria ameaçado o vice-presidente da comissão, deputado Duarte Jr. (PSB-MA).
“Mandato não deve ser usado para proteção, mas para cuidar das pessoas. Não importa quem cometeu o crime, partido ou lado ideológico, a lei será cumprida rigorosamente”, afirmou Duarte Jr. durante a CPMI.
O presidente da CPMI, Carlos Viana, comentou que Duarte Jr. foi o primeiro membro da comissão a sofrer pressões devido à sua atuação, e prevê desafios à medida que as investigações no âmbito político avançam.
Nova etapa das investigações
Para a próxima fase, o presidente anunciou que os requerimentos da CPMI deixarão de ser analisados por consenso, passando a ser votados individualmente. Até então, ele negociava os pedidos entre governistas e oposição para definir quais iriam à análise.
O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), destacou que essa mudança dificultará possíveis tentativas de proteger envolvidos, tornando as intenções de blindagem mais evidentes.
