MARCELO ROCHA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O relatório final da Polícia Federal revela que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada politicamente durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), indicando que o ex-presidente estava no núcleo político de uma organização criminosa por trás das ações ilegais do órgão.
Segundo a investigação, esse núcleo foi responsável por estabelecer as estratégias da organização criminosa, definir os alvos das operações secretas — que incluíam oponentes, instituições e o sistema eleitoral — e tirar proveito político dessas atividades ilícitas, como a manutenção do poder e ataques a adversários.
Além de Jair Bolsonaro, o grupo também incluía o vereador Carlos Bolsonaro, seu filho.
Em 12 de junho, a Polícia Federal entregou o relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o indiciamento de 36 pessoas, entre elas Carlos Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o delegado federal Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral da Abin.
Embora o nome de Jair Bolsonaro não esteja entre os indiciados, o relatório sugere indícios de práticas criminosas por parte dele.
O fato de não haver indiciamento se deve ao fato de Bolsonaro já ter sido indiciado em outra investigação por suspeita de organização criminosa, o que impede nova acusação pelo mesmo crime nesta investigação.