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segunda-feira, 22/12/2025

PF fecha acordo com BNDES e Febraban para enfrentar crime organizado na Faria Lima

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O crime organizado tem atacado o sistema financeiro através de fintechs controladas por grupos criminosos, usando esquemas sofisticados para lavar dinheiro. Para combater essa situação, a Polícia Federal firmou um acordo de cooperação com o BNDES e a Febraban, válido por cinco anos, para fortalecer a luta contra essas atividades ilegais na região da Faria Lima. Este acordo visa impedir que operações criminosas similares às desmanteladas na Operação Carbono Oculto se repitam.

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, destacou que os métodos dos criminosos mudaram. Antes, os ataques eram violentos, usando armas e explosivos; hoje, eles operam virtualmente, muitas vezes intimidando ou corrompendo funcionários e movimentando grandes quantias de dinheiro digitalmente.

A cerimônia de assinatura contou com a presença de Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, e Isaac Sidney, presidente da Febraban, além de especialistas técnicos e representantes do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Andrei Rodrigues ressaltou que a estratégia para enfrentar o crime deve evoluir, adotando novos métodos e tecnologias, e espera fortalecer a cooperação internacional, especialmente com a Interpol.

Isaac Sidney enfatizou a necessidade de união entre as instituições para enfrentar o crime no setor financeiro, alertando para o risco de infiltração do crime organizado na economia legítima. Ele afirmou que aqueles que se recusarem a colaborar devem ser afastados legalmente.

Operação Carbono Oculto

Essa operação, conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo em agosto do ano passado, revelou como o PCC gerenciava uma rede complexa de lavagem de dinheiro envolvendo refinarias, distribuidoras, postos de combustíveis e até um terminal portuário. Também foi descoberta a atuação de uma fintech que funcionava como um banco paralelo para o crime organizado.

Apesar da impossibilidade de erradicar totalmente o crime, o setor bancário deve fortalecer suas defesas para resistir a essas ações ilegais, conforme declarou Isaac Sidney.

Posicionamento sobre Facções

Andrei Rodrigues afirmou que não cita nomes específicos de facções criminosas para evitar dar visibilidade ao crime. Ele destacou que o foco deve ser a ação rigorosa, integrada e tecnológica para combater qualquer grupo criminoso.

Medidas Propostas

Aloizio Mercadante propôs a criação de um observatório para monitorar o impacto do crime financeiro, ressaltando a importância de acompanhar e quantificar essas ações para proteger o desenvolvimento econômico do país.

Ele também expressou preocupação com a proliferação de fintechs e mencionou que o Banco Central já adotou medidas para controlar contas pouco transparentes, conhecidas como “contas balcão”, usadas para lavar dinheiro.

A sugestão é estabelecer um prazo de seis meses para que todas as fintechs se regularizem; caso contrário, deverão ser fechadas.

Estadão Conteúdo

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