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quinta-feira, 04/12/2025

PF encontra R$ 90 mil no carro oficial de Rodrigo Bacellar

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Em Brasília

A Polícia Federal (PF) localizou R$ 90 mil em dinheiro ao realizar uma busca no veículo oficial utilizado por Rodrigo Bacellar (União Brasil), presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que foi preso preventivamente nesta quarta-feira (3/12).

As ações aconteceram durante a Operação Unha e Carne. Três celulares foram igualmente apreendidos para perícia. Bacellar foi preso sob suspeita de divulgar informações sigilosas da Operação Zargun, que levou à detenção do deputado estadual TH Joias (sem partido) em setembro.

Na época, segundo a PF, o presidente da Alerj teria aconselhado, pouco antes da operação Zargun, o então deputado TH Joias a eliminar evidências e fugir. A prisão de Bacellar foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Investigações indicam fortes suspeitas de vazamento de dados sigilosos que prejudicaram o cumprimento de uma operação contra a liderança do Comando Vermelho (CV) e suas ligações com agentes públicos.

Foram expedidos mandados de prisão preventiva, busca e apreensão, além de intimações, como parte das ações da ADPF 635, que designou à PF a investigação contra grupos criminosos violentos no Rio de Janeiro.

A prisão de Bacellar ocorreu após ele comparecer a uma reunião com o superintendente da PF no Rio, Fábio Galvão, onde foi detido. Seu celular foi confiscado, e durante a vistoria no carro oficial, os R$ 90 mil foram encontrados.

Além da prisão, o ministro Alexandre de Moraes ordenou o afastamento de Bacellar do cargo na Alerj.

Contexto da Operação Zargun

A Operação Zargun, desencadeada em setembro, desmantelou um esquema de tráfico internacional de armas e drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, ligando diretamente as lideranças do CV no Complexo do Alemão.

Foram cumpridos 18 mandados de prisão e 22 de busca, com o bloqueio de R$ 40 milhões em bens. Entre os presos estavam um delegado da PF, policiais militares, ex-secretário estadual e o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, apontado como articulador político da facção na Alerj.

Investigações mostraram que TH Joias favorecia o CV, facilitando a compra de fuzis, drogas e equipamentos antifurtos, além de indicar familiares de traficantes para cargos políticos.

Outros investigados:

  • Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, tesoureiro do CV, movimentou R$ 120 milhões em cinco anos.
  • Luciano Martiniano da Silva, conhecido como Pezão, liderança do grupo.
  • Alessandro Pitombeira Carracena, ex-subsecretário estadual, suspeito de interferência em ações policiais a favor dos criminosos.
  • Policiais militares e um delegado federal investigados por oferecer proteção e informações privilegiadas ao grupo.

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