CONSTANÇA REZENDE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
A Polícia Federal achou um pen drive durante uma busca realizada na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O conteúdo do dispositivo será examinado pelos investigadores.
Foi também localizada uma cópia da petição inicial da plataforma de vídeos Rumble contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O celular do ministro foi recolhido pelos agentes.
Na operação contra o ex-presidente, a PF apreendeu aproximadamente US$ 14 mil e R$ 8 mil. As buscas ocorreram na casa de Bolsonaro e na sede do partido PL.
Bolsonaro deverá usar tornozeleira eletrônica, permanecer em casa das 19h às 7h e nos finais de semana, além de não ter contato com embaixadores e diplomatas estrangeiros.
Além dessa ação, Bolsonaro é investigado em outros processos da Polícia Federal, enfrentando acusações graves.
Ele está a caminho da sede da Polícia Federal para a instalação da tornozeleira eletrônica, que permitirá seu monitoramento próximo ao julgamento da suposta trama golpista que pode resultar em prisão.
A defesa de Bolsonaro declarou surpresa e indignação com as medidas e afirmou que sempre cumpriu as ordens judiciais.
Estas medidas são aplicadas num momento em que o bolsonarismo estreita relações com o governo do ex-presidente americano Donald Trump. O deputado Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, está nos Estados Unidos.
O processo que motivou essas ações foi aberto no STF e distribuído ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes em 11 de julho, logo após Trump anunciar taxa de 50% sobre produtos brasileiros citando o processo contra Bolsonaro.
Durante sua presidência, Bolsonaro fez declarações que questionaram a democracia, provocando crises e incentivando dúvidas sobre a segurança das eleições de 2022, além de fortalecer campanhas contra o sistema eleitoral brasileiro.
Após a derrota eleitoral para Lula, ele apoiou os acampamentos golpistas que culminaram nos ataques do dia 8 de janeiro.
Bolsonaro também tentou manter os apoiadores esperançosos sobre sua permanência no poder e buscou maneiras, em reuniões com militares e assessores, para interferir no TSE e anular as eleições.
Conhecido por sua admiração pela ditadura militar e seus métodos antidemocráticos, Bolsonaro já foi condenado pelo TSE por divulgar mentiras sobre o sistema eleitoral e responde a processos no STF por liderar a trama golpista de 2022. Ele está inelegível até pelo menos 2030.
Se condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de derrubar o Estado democrático, golpe de Estado, crimes contra o patrimônio público e outros, ele pode pegar mais de 40 anos de prisão.