Brasília, 18 – O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, informou nesta terça-feira que há suspeitas de crimes envolvendo a tentativa de venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB) que podem chegar a cerca de 12 bilhões de reais.
Rodrigues participou de uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado que investiga o crime organizado. Ele destacou a importância de definir claramente o que caracteriza “crime organizado”, para não rotular qualquer ação criminosa com essa expressão, e citou o caso do Banco Master.
“Estamos conduzindo uma grande operação em conjunto com o Banco Central e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), focada em um crime contra o sistema financeiro. A apuração está em andamento, e o valor estimado do crime é de 12 bilhões de reais, tendo já resultado em várias prisões”, disse.
De acordo com a investigação, o BRB transferiu cerca de 12,2 bilhões de reais ao Banco Master no primeiro semestre de 2025 para adquirir carteiras de crédito, mesmo antes de formalizar a intenção de compra do banco. Após análise do Banco Central, identificou-se que essas carteiras possivelmente eram falsas, ou seja, não existiam.
A Polícia Federal prendeu nesta terça o proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro. Além disso, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, foi afastado do cargo.
O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master logo após o Grupo Fictor demonstrar interesse na compra da instituição.
Vorcaro foi detido na noite da segunda-feira, 17, suspeito de tentar fugir do país. Ele tentou embarcar em um jatinho particular com destino ao exterior, mas foi impedido pela Polícia Federal no aeroporto, onde recebeu a ordem de prisão por volta das 22 horas.
Antes da operação, a PF já monitorava os movimentos de Vorcaro, pois havia suspeita de uma tentativa de fuga pelo Aeroporto de Guarulhos. Acredita-se que o empresário soube do mandado de prisão com antecedência e tentou escapar. A defesa do empresário ainda não se pronunciou. Vorcaro foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
Estadão Conteúdo

