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quinta-feira, 19/06/2025




PF detecta erro na ‘Abin paralela’ no governo Bolsonaro com vigilância ilegal de homônimo de Moraes

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Ana Pompeu
Brasília, DF (FolhaPress)

A Polícia Federal informou que um indivíduo com o mesmo nome do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi monitorado de forma ilegal pelo grupo investigado por operar uma ‘Abin paralela’ durante a administração de Jair Bolsonaro. Esse homônimo, gerente de uma loja de artigos domésticos em São Paulo, foi alvo do software espião FirstMille em pelo menos três oportunidades.

As investigações sobre essa estrutura clandestina começaram a partir da suspeita de que o sistema estava sendo usado para espionar opositores políticos, jornalistas e ministros do STF na gestão Bolsonaro.

Conforme aponta o relatório oficial, as buscas envolvendo o nome ‘Alexandre de Moraes Soares’ não apresentam justificativa plausível, indicando que o homônimo foi investigado diversas vezes em 18 de maio de 2019, residindo no Estado de São Paulo.

Esse período marca o começo da tramitação do inquérito das fake news, relatoria do ministro Moraes, instaurado em março do mesmo ano. Em 14 de maio, o ministro Luiz Edson Fachin autorizou a apreciação no plenário do recurso para suspender o inquérito.

Alexandre de Moraes foi monitorado em outros momentos ligados ao processo das fake news, inclusive após a validação da ação pelo plenário do STF.

Além das operações secretas focadas no ministro para prejudicar o exercício do Poder Judiciário, o relatório destaca menções a violência contra ele e tentativas de impeachment.

A estrutura paralela também serviu para proteger os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro em processos legais, atacar a confiança no sistema eleitoral e criar desinformação.

No último dia 12, a Polícia Federal entregou ao Supremo um relatório final que indiciou 36 pessoas, entre elas, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o atual diretor-geral da Abin, delegado federal Luiz Fernando Corrêa.

Embora o nome de Jair Bolsonaro não conste entre os indiciados, ele é apontado no documento como potencialmente envolvido no núcleo político da organização criminosa responsável pelas atividades ilegais do órgão.

Segundo a investigação, esse núcleo tinha a responsabilidade pelas decisões estratégicas da organização criminosa, escolhia os alvos das ações clandestinas — opositores, instituições e o sistema eleitoral — e usufruía politicamente das operações para manter o poder e atacar adversários.




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