Após a determinação da prisão preventiva do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), nesta sexta-feira (21/11), a Polícia Federal (PF) analisa a possibilidade de solicitar a inclusão do nome dele na lista de Difusão Vermelha da Interpol, o que indicaria uma busca internacional pelo parlamentar.
Segundo apuração do Metrópoles, a ordem de prisão, emitida pelo ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já chegou à PF. Ramagem foi condenado pela Primeira Turma da Corte, no contexto da ação relacionada à trama golpista, e possui medidas cautelares impostas pelo STF, incluindo a proibição de deixar o país. Apesar disso, ele foi visto recentemente nos Estados Unidos, em um condomínio de luxo na cidade de North Miami.
A Justiça havia determinado, além da proibição de deixar o Brasil, a entrega de todos os passaportes (nacionais e estrangeiros) de Ramagem devido às investigações. A PF investiga como o parlamentar conseguiu sair do país.
Até o momento, fontes investigativas afirmam que Ramagem não está no Brasil desde setembro, tendo se deslocado até Boa Vista (RR). As apurações continuam para esclarecer se ele deixou o Brasil pela Venezuela ou pela Guiana Francesa, países que fazem fronteira com a capital roraimense, seguindo depois até os Estados Unidos.
O acórdão do julgamento na Primeira Turma foi publicado pelo STF. O processo envolvendo Ramagem e outros sete aliados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está na fase final dos embargos infringentes. Os ministros negaram os primeiros embargos de declaração e o prazo para os segundos embargos termina na segunda-feira (24/11), data limite para as defesas apresentarem suas manifestações.
Condenação
Ramagem foi condenado a 16 anos e um mês de prisão por participação na trama golpista, referente a três dos cinco crimes atribuídos pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Em junho deste ano, ele também foi indiciado pela PF no inquérito da Abin Paralela.
Até o momento, Ramagem não comentou sobre sua saída do país. A defesa do parlamentar foi procurada pelo Metrópoles, e o advogado Paulo Cintra declarou: “A decisão do deputado de se ausentar do país foi comunicada à defesa técnica somente nesta semana; por isso, seu advogado não irá se pronunciar, por ora, a respeito do ocorrido e suas consequências”.
