Magda Chambriard, presidente da Petrobras, disse nesta terça-feira, 28, que o progresso do projeto da empresa na Margem Equatorial do Brasil não diminui o interesse da companhia em buscar reservas fora do país, incluindo na África. A Petrobras está atenta a mercados internacionais como África do Sul, Angola, Namíbia e São Tomé e Príncipe.
Sobre possíveis planos para Namíbia com a parceria da Galp, Magda afirmou que estão em estudos e que não antecipará informações, pois o processo exige muito esforço e análise para garantir que seja vantajoso e feito em conjunto.
Magda reforçou que não há futuro para empresas petrolíferas sem exploração e que a Petrobras produz petróleo de forma econômica, mantendo metas alinhadas ao Acordo de Paris.
Ela também destacou que o Brasil tem grande potencial petrolífero de norte a sul, mencionando regiões como o Amapá e a Bacia de Pelotas, no Rio Grande do Sul.
Sobre contratações de empresas do Amapá para o projeto da Foz do Amazonas, Magda afirmou que está em andamento uma colaboração com o governo local e prometeu compartilhar novidades assim que houver resultados.
Crescimento
Magda afirmou que o mercado e a sociedade podem esperar responsabilidade em projetos como o pré-sal e na transição energética.
Ela lembrou que há 15 anos muitos duvidavam da atuação no pré-sal, mas a Petrobras provou sua capacidade. Agora, mesmo diante do desafio da transição energética, a empresa manterá sua relevância até 2050 cumprindo suas promessas.
A executiva destacou o compromisso com o desenvolvimento sustentável para garantir a segurança energética do Brasil.
Magda participou da OTC Brasil 2025, importante evento de tecnologia offshore, realizado no Rio de Janeiro pelo IBP.
Inovação
Nos próximos anos, Magda disse que a Petrobras deverá inovar para enfrentar o novo cenário, conciliando transição energética justa com produção de petróleo com menos emissões.
A empresa tem crescido com competência e responsabilidade, avaliando constantemente seu portfólio e buscando ganhos de produtividade.
Ela destacou que a produção no campo de Búzios está próxima de atingir 1 milhão de barris por dia, e que o navio plataforma Almirante Tamandaré já produz mais do que alguns países.
Licença na Margem Equatorial
Magda explicou que os três poços contingentes ao poço de Morpho, no bloco FZA-M-59, só serão abertos caso o primeiro poço, que está sendo perfurado, seja bem-sucedido. A licença do Ibama já contempla esses três poços.
Ela ressaltou que a perfuração do poço pioneiro, que pode confirmar a presença de petróleo, levará cerca de cinco meses e que está no início.
Além disso, Magda mencionou que há conversas com empresas do Amapá para futuras contratações, sem revelar detalhes.
Sobre o cenário desafiador do preço do petróleo, a presidente afirmou que a competitividade é um trabalho coletivo e está confiante nos próximos passos na Margem Equatorial, destacando a importância de eficiência e parcerias.
Ela também reconheceu o apoio do governo do Amapá e da comunidade local, ressaltando que a reposição de reservas é vital para a indústria e que a licença obtida representa um marco para o estado, a Petrobras e o Brasil.
Plano de negócios
Magda confirmou que o Plano Estratégico da Petrobras para 2026-2030 será divulgado em 27 de novembro.
Fontes próximas indicam que os cortes de investimentos podem ultrapassar US$ 8 bilhões devido à queda do preço do barril, mas a executiva não comentou sobre o assunto.
Sobre a produção, ela destacou que os números do FPSO Almirante Tamandaré são uma grande conquista da Petrobras e seus fornecedores, aumentando a capacidade da plataforma sem novos investimentos, mostrando esforço, tecnologia e resiliência diante da queda dos preços.
Em outubro, o campo de Búzios superou a produção do campo de Tupi, chegando a 821,8 mil barris por dia. Para alcançar 2 milhões de barris por dia, Magda explicou que será necessário um conjunto de fatores, como o pleno funcionamento de várias unidades de produção que estão em fase de desenvolvimento.
