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quinta-feira, 21/11/2024
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Petrobras (PETR4) segue na mira do governo mesmo após renúncia do CEO; ADRs caem 4%

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CPI não está descartada e Lira pede a alteração da Lei das Estatais via medida provisória

Aumento do preço dos combustíveis é motivo de embate entre governo e estatal (Getty Images/Bloomberg)

A Petrobras (PETR3/PETR4) segue na mira do governo mesmo após a renúncia do presidente José Mauro Coelho. O CEO pediu demissão ontem, reagindo à pressão do governo para que a estatal segure a alta nos preços dos combustíveis. A saída de Mauro Coelho aliviou momentaneamente a tensão entre governo e Petrobras, e as ações encerraram o dia em alta.

No entanto, a situação não está pacificada e os reflexos podem ser sentidos nos papéis da empresa. As ADRs da Petrobras, recibos de ações negociadas nos Estados Unidos, recuam perto de 4% no mercado futuro após o governo realizar novas ofensivas contra a Petrobras.

  • Petrobras (ADR): – 3,86%

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras, mesmo após a renúncia do CEO da estatal. Em conversa com apoiadores na noite de ontem, Bolsonaro reiterou que os preços praticados pela empresa são “um abuso”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, endossou as críticas e afirmou que já estão sendo recolhidas assinaturas para abertura da CPI.

Após reunião com líderes partidários para debater a situação, Lira defendeu ainda uma alteração na lei das estatais por medida provisória para aumentar o alinhamento entre conselheiros e União. A crítica está direcionada às alterações na norma implementadas em 2016, na esteira da Operação Lava-Jato, para impedir a interferência política na empresa.

Também foi cogitado um mecanismo para privatizar a Petrobras e, assim, aumentar a concorrência no mercado de óleo e gás. Segundo o Valor, o governo avalia propor a conversão das ações preferenciais da estatal em ordinárias permitindo, assim, que a União deixe de ser acionista controladora da empresa. A proposta é defendida pelo presidente Bolsonaro e pelos ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. A reportagem aponta, contudo, que há resistências ao projeto no Congresso e que o assunto não foi ainda debatido pelos líderes partidários.

O embate entre o governo e a Petrobras ganhou força na última quinta-feira, quando a estatal anunciou reajuste de 14% no preço do diesel e 5% no da gasolina, a despeito do pedido do governo para que o aumento fosse adiado. A decisão culminou com a saída de Mauro Coelho do comando da estatal, agora presidida interinamente por Fernando Borges.

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