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sábado, 08/11/2025




petrobras libera porto em belém para marinha e mantém envio de suprimentos à sonda

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VINICIUS SASSINE
BELÉM, PA (FOLHAPRESS)

A Petrobras liberou áreas do porto de Belém para uso da Marinha durante a realização da COP30, mas continua enviando suprimentos da base na capital do Pará para a sonda que faz perfuração no bloco 59, na costa amazônica do Amapá, em busca de petróleo.

Apesar da distância superior a 500 km entre o porto de Belém e o local da perfuração próximo a Oiapoque (AP), a estatal mantém uma base de apoio na capital paraense para essa operação.

Belém é sede da COP30, a conferência do clima da ONU que reúne líderes mundiais para discutir ações contra as mudanças climáticas.

Nos dias 6 e 7 de novembro, chefes de Estado se reuniram na Cúpula dos Líderes, evento que antecede as negociações da COP30, que vão até o dia 21.

No discurso de abertura, o presidente Lula defendeu a redução da dependência dos combustíveis fósseis e anunciou a criação de um fundo para a transição energética, financiado com recursos do petróleo.

Lula também pressionou o Ibama para liberar a licença de exploração no bloco 59, na bacia Foz do Amazonas, localizada a 160 km da costa. A perfuração iniciou no mesmo dia da licença, em 20 de outubro.

O governo e a Petrobras estão ampliando a exploração de combustíveis fósseis na costa amazônica.

No dia da abertura da Cúpula dos Líderes, uma embarcação partiu do porto de Belém em direção à sonda NS-42, que opera no bloco 59, com previsão de chegada para 8 de novembro.

Essa embarcação já realizou operações na margem equatorial, conforme publicações da empresa contratada pela Petrobras para atuar no porto, a Global Ship Service, que também coleta resíduos na área.

As embarcações da Global Ship ficam atracadas no porto de Belém, próximo ao armazém 11. Segundo a Companhia Docas do Pará (CDP), que gere o porto, uma embarcação da Global Ship está programada para desatracar em 2029.

Também está prevista a atracação de dois navios da Marinha no porto de Belém entre 5 e 26 de novembro, durante a COP30.

Em nota, a Petrobras confirmou que as equipes continuam a perfuração no bloco no litoral do Amapá.

“Os meios de transporte definidos não têm relação com a realização da COP30 em Belém”, informou a estatal.

A Petrobras analisa fatores como modal, otimização e contratos para definir a logística, e isso vale para todas as regiões de operação, incluindo a perfuração no poço Morpho.

A CDP afirmou estar ciente das negociações entre Marinha e Petrobras para o uso do berço no porto.

Segundo a Marinha, os navios Atlântico (navio-aeródromo multipropósito) e Vital de Oliveira (navio de pesquisa hidroceanográfica) receberam autorização para atracar nos armazéns 11 e 12. A autorização considerou avaliações técnicas da secretaria da COP30.

Essas embarcações darão suporte logístico e de segurança para a conferência do clima. Foi necessário movimentar recursos navais, aeronavais e de fuzileiros para Belém, e por serem grandes, precisaram atracar na área comercial do porto.

A área é usada por vários operadores, incluindo a Petrobras, e por isso foram feitas reuniões para minimizar os impactos operacionais temporários. A Marinha afirma que todos concordaram para garantir a segurança da conferência.

A reportagem tentou contato com a Global Ship em Belém, mas não obteve resposta.

A Petrobras alterou as rotas dos voos que transportam equipes de suporte à perfuração, para evitar deslocamentos a partir de Belém durante a COP30.

Funcionários que precisam ir a Oiapoque foram informados de que os voos da companhia Azul deixariam de partir ou chegar em Belém, passando a partir ou para Macapá.

A mudança de base se deve à realização da COP30 em novembro, e valerá de 26 de outubro a 30 de novembro.




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