A Petrobras anunciou que arrecadou US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 10,8 bilhões) com a venda de títulos fora do Brasil. Essa operação financeira serve como um reforço de caixa para a empresa.
A venda desses títulos ocorre em duas partes, cada uma no valor de US$ 1 bilhão, conforme informado em comunicado aos investidores.
Basicamente, ao vender esses títulos, a empresa está tomando dinheiro emprestado dos investidores, comprometendo-se a pagar esse valor no futuro, acrescido de juros.
Essa transação foi realizada por meio da sua subsidiária, Petrobras Global Finance B.V., e o fechamento da oferta foi comunicado na quarta-feira (10).
A primeira série de títulos vence em 2030, pagando juros de 5,125% ao ano, com pagamentos programados para março e setembro.
A segunda série vence em 2036, com juros de 6,25% ao ano, pagos semestralmente em janeiro e julho.
Grande interesse dos investidores
A Petrobras destaca que a demanda dos investidores estrangeiros foi 3,4 vezes maior que a oferta, recebendo quase 190 pedidos de investidores da América do Norte, Europa, Ásia e América Latina.
O “spread” — que é a diferença entre as taxas de juros dos títulos da Petrobras e os títulos do Tesouro dos Estados Unidos — está no menor nível desde 2011 para os papéis com vencimento em 2036 e desde 2001 para os de 2030.
Os títulos do Tesouro dos EUA são considerados os mais seguros no mundo, com menor risco de inadimplência.
Um spread menor indica que os investidores veem menos risco nos títulos da Petrobras, o que reduz o custo para a empresa captar recursos.
Os recursos obtidos com esta emissão serão empregados para fins gerais da empresa.
Avaliação positiva do mercado
Daniel Cobucci, analista de investimentos do Banco do Brasil, considera que a venda desses títulos é um passo positivo, pois a Petrobras tem conseguido aumentar o prazo para pagar suas dívidas e reduzir os custos de captação.
Daniel também destacou que esses spreads mais baixos indicam uma boa avaliação da capacidade da Petrobras em manter baixos custos de extração e forte geração de caixa operacional, especialmente diante da possível queda nos preços do petróleo.