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terça-feira, 17/06/2025




Petrobras firma contratos de R$ 4,9 bi para retomar obras da Refinaria Abreu e Lima

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NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

A Petrobras confirmou nesta segunda-feira (16) a assinatura dos três primeiros contratos para finalizar as construções da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que haviam sido interrompidas após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

Com valor total de R$ 4,9 bilhões, os contratos foram conquistados pela Consag Engenharia, parte do grupo Andrade Gutierrez, que foi um dos focos das investigações sobre a formação de um cartel de empreiteiras que dividiam contratos da estatal durante os primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em comunicado, a presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou que a refinaria é um ativo estratégico para o Brasil e que os contratos demonstram o compromisso da empresa com o progresso nacional, além de representarem a ampliação da capacidade de refino, possibilitando o aumento da produção de derivados para atender às necessidades da população e do mercado.

Inaugurada em 2014, a refinaria operou inicialmente com apenas metade da capacidade projetada. Em 2015, com o início das investigações da Lava Jato, as obras da segunda unidade de refino foram suspensas pela estatal.

A refinaria foi um ponto-chave na delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, responsável por impulsionar as investigações. O Tribunal de Contas da União (TCU) considerou o projeto um exemplo de como uma iniciativa promissora pode se transformar num fracasso comercial de bilhões de reais, tendo consumido aproximadamente US$ 18 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 100 bilhões, considerando a cotação atual.

O retorno das obras foi decidido após o início do terceiro mandato do presidente Lula, que vê na Petrobras um instrumento importante para estimular o crescimento econômico e gerar empregos por meio de obras. A empresa pretende dobrar a capacidade de refino da unidade, passando de 130 mil para 260 mil barris diários.

Em janeiro, a gerente de projetos de Desenvolvimento da Produção da empresa, Mariana Cavassin, destacou que o projeto é sólido, economicamente viável e traz retorno positivo para a estatal. Naquele momento, o custo estimado para finalizar as obras estava entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões.

A Petrobras havia cancelado a primeira licitação para a segunda unidade de refino devido aos preços elevados. Na segunda tentativa, o orçamento foi dividido em pacotes para que a obra fosse destinada à empresa ou consórcio que oferecesse o maior desconto.

O planejamento estratégico inicial da estatal sob o novo governo Lula prevê investimentos de US$ 17 bilhões em refino nos próximos cinco anos. Além da Abreu e Lima, há planos para reativar obras no antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), outra área afetada pela Lava Jato.




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