NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
A Petrobras deu sinal verde para começar a construir os primeiros navios encomendados a estaleiros brasileiros durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que quer revitalizar a indústria naval no Brasil.
Seis meses depois do contrato assinado em fevereiro, a estatal aprovou a liberação da primeira parcela de recursos para o consórcio que venceu a licitação, formado pelos estaleiros Rio Grande e Mac Laren.
O acordo prevê a construção de quatro navios para transporte de combustíveis, contratados por R$ 16,5 bilhões pela Transpetro, subsidiária da Petrobras. Nenhum dos navios será entregue neste mandato, pois o prazo para o primeiro é de 999 dias.
O presidente da Transpetro, Sergio Bacci, afirmou que deseja que pelo menos um navio seja lançado ao mar ainda neste governo, apesar do desafio do prazo. O lançamento ao mar ocorre quando o navio já pode flutuar, liberando espaço para construção de outros.
Lula e sua sucessora, Dilma Rousseff, participaram de lançamentos de navios durante seus governos, apostando na indústria naval para gerar empregos.
O contrato prevê que quase todas as construções ocorrerão em Rio Grande (RS) e a finalização em Niterói (RJ). Após a entrega do primeiro navio, o consórcio terá seis meses para cada navio seguinte.
A Transpetro pagará 5% do valor total do contrato, cerca de R$ 80 milhões, como sinal; o restante será liberado conforme o avanço das obras.
Essa licitação teve apenas um consórcio concorrente, e outra licitação para barcaças foi cancelada por oferecimento de preço alto. A Transpetro está reabrindo essa licitação com maior volume para reduzir custos.
Sergio Bacci espera maior concorrência para leilões de navios gaseiros previstos para este ano, com prazo para envio de propostas até 22 de setembro, após duas prorrogações.
A Petrobras planeja lançar nova licitação para navios de combustível em 2025 e tentar mais contratos em 2026, dependendo do novo plano de negócios que ajusta investimentos ao cenário atual de preços do petróleo.
Sergio Bacci declarou que defenderá os interesses da Transpetro, mas apoiará as decisões que forem melhores para o sistema Petrobras como um todo.