O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, declarou nesta segunda-feira (29/9) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “deve ser preso” caso continue a apoiar as ações militares de Israel em Gaza. Essa afirmação surge em meio ao conflito diplomático entre Bogotá e Washington.
“Se o Sr. Trump persistir em ser cúmplice de genocídio, como tem sido até agora, ele merece nada além da prisão. Seu exército também não deveria obedecê-lo”, afirmou Petro durante uma reunião de gabinete, que foi transmitida com bandeiras palestinas visíveis na sala.
Petro acusou os Estados Unidos de ignorarem o direito internacional, já que não prenderam o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante sua visita a Nova York.
“O Estatuto de Roma define o que são crimes contra a humanidade e crimes de guerra, e por isso responsabiliza seus autores perante o Tribunal Penal Internacional (TPI)”, reforçou, insistindo que “Trump está se tornando cúmplice”.
Porém, vale destacar que os Estados Unidos não fazem parte do Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional.
Plano de Paz de Trump para Gaza
Trump apresentou um plano de paz para Gaza na mesma segunda-feira (29/9), durante uma reunião bilateral com Benjamin Netanyahu. O plano inclui 20 exigências para um possível cessar-fogo, como a libertação de reféns em até 72 horas e a formação de um “Conselho da Paz”.
Divulgado pela Casa Branca, o documento visa encerrar o conflito, desmilitarizar a Faixa de Gaza e estabelecer um governo provisório sob supervisão.
Revogação do visto e posicionamento de Petro
O episódio acontece depois que o Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou o visto de Petro alegando que ele teria provocado soldados americanos a desobedecerem ordens e incitado violência durante um protesto pró-Palestina em Nova York.
No sábado (27/9), o colombiano criticou essa revogação, afirmando que “o direito internacional está sendo violado, e ninguém deveria ter o visto cancelado por discursar nas Nações Unidas ou sobre temas discutidos nelas. Se Trump não sabe disso, alguém deveria informar.”
O ministro do Interior da Colômbia, Armando Benedetti, ressaltou que as declarações de Petro foram feitas no contexto protegido pela sua participação na Assembleia Geral da ONU, e que o presidente mantém imunidade diplomática.
Apelo pela paz e críticas a Israel
Petro também usou as redes sociais para pedir o fim da guerra em Gaza e condenar as ações de Israel, que classificou como um “crime contra a humanidade”.
O presidente colomiano enfatizou que nenhum cidadão americano terá restrições para entrar na Colômbia, mas nenhum criminoso de guerra, muito menos alguém que cometa crimes contra a humanidade, será permitido.