O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou fortemente neste sábado (1º/11) em suas redes sociais as sanções aplicadas pelo governo dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump. Ele afirmou que a inclusão de seu nome na Lista de Nacionais Especialmente Designados e Pessoas Bloqueadas (SDN) não é uma medida inocente, mas sim uma decisão política.
Petro destacou que seu governo tem sido o mais eficiente da história da Colômbia no combate ao narcotráfico, afirmando: “Apreendemos cocaína mais rápido do que eles conseguem plantar coca.”
Ele ressaltou que as sanções foram motivadas por desentendimentos políticos, e não por supostos vínculos com o tráfico.
“Portanto, a decisão de Trump não é ingênua; é política. Colocaram-me na lista do OFAC, apesar de eu ter liderado o governo mais eficaz no combate ao narcotráfico na história da Colômbia, porque me posicionei contra o genocídio em Gaza, me oponho ao uso de mísseis no Caribe e sou contra invasões na América Latina.”
Petro também criticou a Organização dos Estados Americanos (OEA) por sua omissão frente às ações militares dos Estados Unidos na região do Caribe, questionando a ausência de reuniões para discutir possíveis violações de direitos humanos cometidas por forças norte-americanas.
A tensão entre Bogotá e Washington aumentou no fim de outubro, quando Petro, seu filho Nicolás, o ministro Armando Benedetti e a primeira-dama Verónica Alcocer foram incluídos na lista do OFAC, o que impede transações financeiras com cidadãos e empresas norte-americanas. É a primeira vez que um chefe de Estado colombiano enfrenta esse tipo de sanção.
Essa medida trouxe dificuldades para o governo colombiano, incluindo problemas para movimentar recursos financeiros e pagar salários, já que contas associadas a eles foram bloqueadas por bancos.
Petro continua responsabilizando diretamente Trump pelas sanções, afirmando que o mundo sabe que ele é alvo por se posicionar contra o genocídio em Gaza e pela situação no Caribe, e não por questões relacionadas a drogas ou familiares envolvidos com crimes.
Além disso, no contexto regional, o presidente venezuelano Nicolás Maduro também lançou críticas contra os Estados Unidos, acusando-os de tentar colocar um governo aliado na Venezuela e explorar as ricas reservas petrolíferas do país.
