Petlove entrou com um recurso contra a fusão da Petz com a Cobasi, que foi aprovada sem restrições pela Superintendência-Geral (SG) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no início de junho. O recurso foi registrado no sistema nesta segunda-feira, 23.
A operação prevê um Acordo de Associação para unir as duas empresas, com a Cobasi incorporando as ações da Petz. Com isso, a Petz se tornará uma subsidiária integral da Cobasi, onde os acionistas da Petz terão 52,6% das ações da nova companhia, e os da Cobasi, 47,4%. A empresa resultante deverá alcançar R$ 7 bilhões em faturamento no setor de varejo para produtos pet.
O acordo foi anunciado em agosto de 2024, justificando que a união das empresas vai possibilitar reduzir preços para os consumidores, melhorar o atendimento e oferecer um portfólio mais diversificado de produtos e serviços, por meio da combinação das lojas físicas e e-commerce, ampliando os pontos de venda e entrega.
No entanto, a Petlove argumenta que essa fusão vai criar monopólio em várias regiões do varejo físico e concentração alta no varejo online. A empresa afirma que a avaliação da área técnica do Cade ignora questões relevantes de concorrência e merece ser revista pelo Tribunal do Conselho.
Segundo o recurso, o parecer da SG não considera que no varejo físico pet, lojas pequenas e médias não competem efetivamente com as grandes lojas da Petz e Cobasi. Assim, a entrada de grandes players não é suficiente para impedir o abuso de poder de mercado pela empresa combinada após a fusão.
A Petlove acredita que a nova empresa resultante da fusão criará um gigante no setor pet, com grandes participações de mercado e até monopólio em alguns cenários. De acordo com a companhia, a decisão do Cade visa eliminar a concorrência entre os dois maiores participantes do mercado, criando uma empresa dominante em termos de escala, portfólio, atuação omnichannel e poder de negociação com fornecedores, sem incentivo para repassar eficiências ou reduzir preços ao consumidor.
Por fim, a Petlove alerta que a aprovação sem restrições dessa fusão pode causar danos permanentes à concorrência e prejudicar os consumidores e seus pets. A empresa defende que a operação deve ser rejeitada ou, se aprovada, que sejam exigidas medidas estruturais e comportamentais para proteger a concorrência e mitigar efeitos anticompetitivos.