Avanço foi possível a partir de amostra fornecida por paciente de laboratório particular de Brasília. Sequenciamento em várias regiões do país pode revelar mutações do vírus.
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Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) sequenciaram um genoma do novo coronavírus. O avanço foi possível por meio de uma amostra fornecida por um laboratório particular da capital, com autorização do paciente infectado.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, o procedimento já havia sido feito. No entanto, de acordo com o virologista e pesquisador da Unb, Bergmann Ribeiro, é importante sequenciar o vírus em várias regiões porque existe a possibilidade de que ele seja diferente.
“O vírus pode sofrer mutações, e através do sequenciamento é possível mapear essas modificações”, afirma o pesquisador.
Bergmann, o biomédico Ikaro Alves e os virologias Tatsuya Nagata e Fernando Lucas trabalharam no sequenciamento. A pesquisa foi uma parceria entre a universidade pública e o laboratório Sabin, que cedeu uma amostra de um paciente infectado.
A descoberta foi concluída na última segunda-feira (30). Antes, a Unb só tinha acesso a uma pequena parte do genoma, cerca de 1%.
“Agora fica mais fácil para os pesquisadores traçarem um perfil do vírus e entender o comportamento dele em ação, disseminação e letalidade. Também é possível começar pesquisas em busca de uma droga que ataque o vírus”, afirma Bergmann.
“Futuramente, essas conclusões podem ajudar nas ações de prevenção.”