Estudo americano publicado na revista Nature mostra que o remédio foi capaz de reduzir a carga viral e evitou danos nos pulmões do animais
O remdesivir, um dos remédios que vêm sendo testados contra o novo coronavírus e que já trouxe alguns resultados promissores, foi capaz de reduzir a carga viral e evitar danos aos pulmões de macacos infectados com o Sars-CoV-2, o agente causador da covid-19. É o que mostra um estudo americano publicado ontem na revista Nature.
A pesquisa avaliou os efeitos da droga em dois grupos de seis macacos resus infectados apenas 12 horas antes com o vírus – é nesse período que ocorre o pico de replicação do vírus nos pulmões dos animais.
A ideia era checar se um uso precoce do remédio poderia ser eficaz contra a doença. Um dos grupos recebeu a droga 12 horas após a inoculação e depois a cada 24 horas, por seis dias.
Os macacos que receberam o tratamento não mostraram sinais de doença respiratória e tiveram redução nas infiltrações pulmonares observadas em radiografias, na comparação com os que receberam um placebo.
As cargas virais no trato respiratório inferior dos animais tratados eram cerca de 100 vezes mais baixas do que no grupo controle. Após três dias, o vírus já não pôde mais ser detectado mas ainda era detectável em quatro dos seis animais que não receberam o remédio.
Não houve impacto, porém, no chamado “derramamento viral”, o que indica que a melhora clínica pode não corresponder à falta de infecciosidade.
A equipe fez necropsias nos animais e observou que as cargas virais nos pulmões do grupo tratado com remdesivir eram mais baixas e houve uma redução no dano a esses órgãos.
Apesar de o modelo animal contaminado com o Sars-CoV-2 desenvolver uma doença de leve a moderada, sem a gravidade observada em pacientes com a covid-19, os pesquisadores indicam que os resultados apoiam o início precoce do tratamento com remdesivir, um antiviral, em pacientes com covid como forma de prevenir progressão para pneumonia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.