Causa da morte de Renato Couto foi asfixia por afogamento. Parentes reconheceram o corpo ainda às margens do Arco Metropolitano. Quatro pessoas foram presas.
O papiloscopista morto por militares da Marinha foi jogado ainda vivo no Rio Guandu, segundo apontou a declaração de óbito. A causa da morte de Renato Couto foi asfixia por afogamento. Ele também teve hemorragia, causada pelos tiros que levou no abdômen e na perna.
Seu corpo foi localizado na manhã desta segunda-feira (16), três dias após o crime. Parentes o reconheceram ainda às margens do rio e se emocionaram.
O Globocop sobrevoava a área das buscas quando avistou um corpo parcialmente submerso preso sob galhos. Bombeiros o recolheram e o levaram para o solo.
O sargento da Marinha Bruno Santos de Lima é tratado nas investigações como o chefe da empreitada criminosa. Ele disse em depoimento que não sabia se Renato estava vivo quando foi deixado no Rio Guandu.
Após o crime, os participantes tentaram apagar os vestígios do homicídio, lavando três vezes o carro utilizado para levar Renato até o local da desova.
“Eles pararam em um lava-jato em Austin, Nova Iguaçu, e lavaram novamente a viatura quando chegaram ao primeiro distrito naval, para apagar os vestígios do crime”, disse Antenor.
A polícia afirma que o papiloscopista, que servia ao Instituto de Identificação Félix Pacheco, foi morto após uma discussão em um ferro-velho na Zona Norte do Rio.
Renato era esperado para um plantão no Félix Pacheco neste sábado (14), mas não apareceu e familiares comunicaram o desaparecimento.
Equipes da Delegacia de Homicídios, da 18ª DP (Praça da Bandeira) e do Félix Pacheco rastrearam o celular de Renato e descobriram, então, que o perito teve uma briga com Lourival Ferreira de Lima, dono do ferro-velho na Mangueira.
Como foi o crime
O papiloscopista fazia uma obra na Praça da Bandeira e, segundo as investigações, foi vítima de uma sequência de furtos, todos registrados em delegacia. Na sexta de manhã, Renato acabou achando materiais dele no ferro-velho de Lourival e chegou a obter dele uma promessa de ressarcimento pela receptação das peças levadas.
Ao retornar ao ferro-velho, à tarde, Renato foi vítima de uma emboscada armada por Lourival, que chamou o filho, Bruno Santos de Lima, sargento da Marinha, e dois colegas de farda: o cabo Daris Fidelis Motta e o terceiro-sargento Manoel Vitor Silva Soares.
Lourival e Bruno, pai e filho, donos de um ferro-velho na Mangueira — Foto: Reprodução
O que diz a Marinha
A Marinha do Brasil (MB) informou que tomou conhecimento, na noite de sábado (14/05), sobre uma ocorrência, com vítima, envolvendo militares da ativa do Comando do 1º Distrito Naval, objeto de inquérito policial no âmbito da Justiça comum. “Os militares envolvidos foram presos em flagrante pela polícia e responderão pelos seus atos perante a Justiça”, disse.
“A MB lamenta o ocorrido, se solidariza com os familiares da vítima e reitera seu firme repúdio a condutas e atos ilegais que atentem contra a vida, a honra e os princípios militares.”
“A MB reforça, ainda, que não tolera tal comportamento, que está colaborando com os órgãos responsáveis pela investigação e informa que abriu um inquérito policial militar para apurar as circunstâncias da ocorrência”, emendou.