Vivemos em um mundo onde a internet faz parte do dia a dia, inclusive para crianças e adolescentes. Jayme Ribeiro, psicólogo comportamental, explica que o ambiente virtual não é separado da realidade: crimes cometidos na internet têm consequências no mundo real.
Segundo dados do IBGE, 82% das crianças entre 10 e 13 anos já navegam na internet. Isso gera preocupação, pois a falta de experiência aumenta a exposição a conteúdos negativos, ameaças e abusos, devido ao anonimato e perfis falsos disponíveis na rede.
O papel dos pais: atenção e diálogo
O maior desafio não é apenas limitar o tempo de tela, mas acompanhar e entender o que as crianças fazem na internet. Jayme Ribeiro destaca que os pais precisam saber quais conteúdos seus filhos acessam e manter um diálogo aberto.
A supervisão deve ser mais ativa, com participação real na vida digital das crianças, respeitando a privacidade mas sem deixar de acompanhar o que elas estão vendo.
Embora regras públicas sejam importantes, o cuidado principal deve acontecer em casa. Um diálogo claro e aberto protege muito mais do que simplesmente restringir o acesso.
Jayme Ribeiro lembra que os pais têm uma responsabilidade importante: “Ser amigo dos filhos é bom, mas antes disso, é essencial ser pai e mãe”, pois as crianças não têm a mesma autonomia dos adultos.
Saúde física e mental
O especialista reforça que crianças pequenas não precisam ter redes sociais ativas. A vida social delas deve ser construída na convivência com a família.
O uso precoce de telas pode prejudicar a visão, concentração e causar transtornos como TDAH, devido à fragmentação da atenção.
Ser criança
Com a exposição crescente à tecnologia, uma grande perda para as crianças é a falta da infância tradicional, que inclui brincadeiras ao ar livre e atividades físicas.
Muitas vezes, os pais usam dispositivos para entreter os filhos, mas depois se sentem preocupados ao perceber a dependência excessiva das crianças pela internet.
Jayme Ribeiro destaca a importância do exemplo dado pelos adultos para que as crianças aprendam comportamentos saudáveis. Ele ressalta que a geração atual teve mais liberdade para brincar fora de casa e que essa experiência precisa ser estimulada para as próximas gerações.