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sábado, 13/09/2025

Perda do olfato pode indicar Alzheimer cedo

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ACÁCIO MORAES
BARRA MANSA, RJ (FOLHAPRESS)

Sentir dificuldade para reconhecer cheiros pode ser um sinal inicial do Alzheimer, conforme um estudo recente da Alemanha publicado na revista Nature Communications. Os cientistas acreditam que este sintoma pode ajudar a identificar a doença em seu começo.

Estudos anteriores já mostravam que perder o olfato estava ligado a outras doenças, como Parkinson, segundo o pesquisador e professor Paulo Caramelli, da UFMG. Ele destaca que a diminuição desse sentido pode indicar alguma doença no cérebro e merece atenção.

Agora, estes estudos reforçam que a perda do olfato também pode prever o Alzheimer.

Porém, Paulo Caramelli alerta que não é para se preocupar de imediato. É importante investigar outras possíveis causas para a perda do olfato e fazer exames para checar a memória e outras funções do cérebro.

A pesquisa mostrou como o Alzheimer danifica o nariz. O sistema imunológico do cérebro ataca os neurônios que processam os cheiros.

Esse ataque rompe a ligação entre o bulbo olfativo, que recebe os sinais do nariz, e uma área chamada locus ceruleus, que ajuda no processamento sensorial.

Nessas fases iniciais da doença, as fibras nervosas que conectam essas partes mudam. O cérebro ativa suas células imunes, as microglias, que destroem essas fibras danificadas.

O estudo foi feito com ratos e humanos, analisando cérebros de animais com Alzheimer induzido e amostras de pessoas que tiveram a doença. Também usaram exames PET scan de pacientes vivos com Alzheimer.

Esses dados podem ajudar a identificar quem está em risco de desenvolver Alzheimer cedo. Com isso, a pessoa pode fazer exames específicos e, se confirmada a doença, mudar o estilo de vida para tentar retardar seu avanço.

Nesse sentido, no ano passado, pesquisadores brasileiros criaram um tablet chamado MultiScent 20, que solta 20 aromas para ajudar a detectar doenças do cérebro. O paciente identifica os cheiros e responde a um questionário na tela. Os resultados vão para o médico. A tecnologia já é usada em clínicas e universidades, e a recomendação é para rastrear a partir dos 57 anos.

A professora Viviane Zétola, da UFPR, diz que estimular o olfato pode atrasar o Alzheimer, contribuindo para a reserva cognitiva, que ajuda o cérebro se proteger.

O mesmo vale para outros sentidos, como visão e audição, cuja perda também pode aumentar o risco de demência. Os sentidos são fundamentais para criar memórias e socializar.

Estudos tentam usar exames simples, como os oftalmológicos, para detectar mudanças que mostrem o Alzheimer. Pesquisas com ratos foram promissoras, mas ainda precisam ser testadas em pessoas.

Enquanto isso, idosos e familiares devem ficar atentos a qualquer perda de sentido e procurar um médico para investigar as causas e fazer o diagnóstico correto.

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