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quarta-feira, 03/12/2025

Pedido de perdão de Netanyahu gera crise política em Israel

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Benjamin Netanyahu e sua equipe jurídica acreditam que solicitar um perdão para encerrar o processo judicial contra o primeiro-ministro é uma estratégia acertada, embora ainda não saibam qual será a decisão final do presidente Isaac Herzog.

Espera-se que o presidente de Israel leve várias semanas para decidir sobre o pedido. Enquanto isso, o tema domina as discussões políticas em um país já profundamente dividido entre apoiadores e opositores de Netanyahu.

O presidente tem a responsabilidade de aceitar ou recusar o pedido do chefe do governo. A imprensa local prevê que o processo será longo e fontes próximas a Herzog indicam que pode haver negociações para encontrar uma solução.

No próprio pedido, Netanyahu sugere que a concessão do perdão o permitiria trabalhar para unificar o país e tratar de questões importantes, como reformas no sistema judicial e na mídia, áreas que ele não pode abordar enquanto enfrenta o julgamento.

Essa menção refere-se diretamente a duas polêmicas recentes em Israel: o projeto de reforma judicial, que causou grande mobilização social antes dos ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, e o projeto para regulamentar a mídia. Ambos são temas polêmicos incluídos na pauta pela coalizão liderada por Netanyahu, que parece disposto a negociar esses assuntos.

Segundo informações próximas a Isaac Herzog, as condições para um possível perdão podem ser rigorosas. Entre elas estariam a aposentadoria política de Netanyahu, a antecipação das eleições gerais, a suspensão da reforma judicial e a criação de uma comissão independente para investigar falhas internas antes e durante os ataques do Hamas em outubro.

A sociedade israelense já se mobiliza em protestos contra a concessão de qualquer anistia a quem, segundo os manifestantes, prejudicou o país. Entre os atores políticos, o ex-primeiro-ministro Naftali Bennet apoia um acordo que envolva a saída respeitosa de Netanyahu da vida política e o encerramento do julgamento, visando pacificar o país.

O atual líder da oposição, Yair Lapid, exige que não se conceda perdão sem que haja reconhecimento de culpa, demonstração de remorso e afastamento imediato da vida política por parte do ex-primeiro-ministro.

Netanyahu está sob julgamento desde 2020 por acusações de suborno, fraude e quebra de confiança. Ele tentam construir uma narrativa de conspiração contra si, atribuindo a responsabilidade à imprensa e à Suprema Corte, instituições que ele e seu governo consideram tendenciosas.

A estratégia da equipe de Netanyahu é positiva independentemente da decisão de Isaac Herzog. Se o perdão for concedido, encerra-se o processo. Se houver imposições como confissão de culpa, será construída a versão de que o presidente busca condená-lo fora dos meios jurídicos tradicionais.

Se o pedido for negado, Netanyahu e seus aliados planejam denunciar que uma elite judicial, incluindo Herzog, está comprometida em condená-lo a qualquer custo. Eles acreditam ser difícil que a decisão presidencial o prejudique significativamente.

Enquanto isso, o governo dos Estados Unidos expressa preocupação com as operações militares de Israel na Síria, após ações recentes que geraram feridos e mortos, dificultando negociações de segurança entre os dois países. Funcionários norte-americanos alertam para o risco de prejudicar oportunidades diplomáticas com a Síria, ressaltando a necessidade de moderação.

Assim, o pedido de perdão de Netanyahu não é apenas um caso judicial, mas um elemento central do atual cenário político, social e diplomático de Israel.

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