Catarina Scortecci
Curitiba, PR (Folhapress)
O ex-senador e ex-governador do Paraná Roberto Requião e o deputado estadual Requião Filho vão se filiar ao PDT no dia 16 próximo, após momentos de tensão no PT.
Pai e filho, que antes eram do MDB, entraram no PT em 2022 com a intenção de apoiar o então candidato e atual presidente Lula (PT). Contudo, após a eleição de Lula, começaram a criticar algumas decisões do governo federal petista.
“Participamos da campanha para acabar com o Guedes, o Bolsonaro e o liberalismo econômico para provocar mudanças. Isso não aconteceu, está sendo uma decepção”, declarou recentemente o ex-governador no X (ex-Twitter), onde frequentemente critica Lula.
Requião pai foi o primeiro a deixar o PT no começo de 2024, alegando falta de atenção do partido após as eleições, embora sempre tenha dito que não se arrepende de ter apoiado Lula na luta contra o governo Bolsonaro.
No ano passado, ele concorreu para a prefeitura de Curitiba pelo partido mobiliza, obtendo apenas 1,8% dos votos, e saiu após o resultado. O interesse pelo PDT surgiu logo depois, em diálogo com o ex-ministro Carlos Lupi.
Requião Filho deixou o PT em abril e confirmou sua entrada no PDT no mesmo período. Nesta quinta-feira (3), anunciou que a filiação oficial dele e do pai será no dia 16, na sede nacional do partido em Brasília.
“O PDT tem um legado histórico. No sul, especialmente com o brizolismo, é um partido com posições definidas. Nosso objetivo, junto com a atual equipe, é reconstruir a força do partido e reconquistar seu papel na política do país”, disse Requião Filho em suas redes sociais.
Ele está em seu terceiro mandato como deputado estadual e é considerado um possível candidato ao governo do Paraná em 2026.
Atualmente, o PDT possui apenas um deputado no legislativo estadual paranaense – o deputado estadual Goura – e atua de forma crítica ao governo estadual de Ratinho Junior (PSD), alinhado com a bancada do PT.
No cenário nacional, o PDT teve desentendimentos com a administração de Lula após a saída de Lupi do Ministério do Trabalho em maio. A bancada do PDT na Câmara decidiu se afastar do governo nessa ocasião.