A Polícia Civil do Distrito Federal, através da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), realizou a Operação Conexão Bahia, desarticulando uma organização criminosa focada no furto, modificação ilegal e transporte de motocicletas roubadas no DF para cidades do interior da Bahia.
O grupo principal atuava no Distrito Federal, principalmente nas regiões do Recanto das Emas, Ceilândia, Taguatinga, Gama, Riacho Fundo, Santa Maria e SIA. Nesses locais, os membros furtavam motocicletas, principalmente modelos Honda CG 160, adulterando placas, chassi e outros identificadores. Além disso, mantinham locais clandestinos para esconder essas motos.
Durante as investigações, foram identificadas células em Guarulhos (SP) e Valparaíso (GO) especializadas em falsificação de documentos, como CRLVs falsos, além de realizar consultas veiculares ilegais para dar aparência legal às motos adulteradas.
Na Bahia, os receptadores e financiadores nos municípios de Correntina, Carinhanha e Santa Maria da Vitória recebiam as motos já alteradas e mantinham pagamentos regulares aos criminosos do DF, formando uma rede lucrativa para o mercado ilegal.
A operação cumpriu 14 mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão no Distrito Federal, além de ações em Goiás, São Paulo e Bahia. Foram apreendidas várias motos adulteradas, documentos falsos, celulares, ferramentas usadas nos furtos e comprovantes financeiros que mostram a movimentação do grupo.
Segundo as apurações, a organização furtou e adulterou cerca de 150 motocicletas em dois anos, afetando especialmente trabalhadores de entrega por aplicativo. Em algumas áreas da Bahia, até um terço da frota pode estar adulterada por esse esquema.
O levantamento do sigilo bancário e telemático revelou uma movimentação superior a R$ 1,1 milhão em cerca de um ano e meio, com uso de laranjas e dispersão de pagamentos para evitar rastreamento. O prejuízo total causado às vítimas e à sociedade ultrapassa centenas de milhares de reais.