A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), através da 15ª Delegacia de Polícia, realizou na manhã desta quinta-feira (27/6) a Operação Falso Finan, com o propósito de desarticular uma organização criminosa que aplicava fraudes financeiras por meio de uma empresa fantasma em Ceilândia Norte. Foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão no local investigado.
Cinco indivíduos foram detidos durante a operação. Um dos suspeitos foi apreendido ao tentar fugir de casa carregando uma mala com aproximadamente R$ 80 mil em dinheiro e uma arma registrada como furtada. Uma das investigadas está foragida e não foi localizada.
As apurações indicam que o grupo oferecia veículos em sites de vendas com preços muito abaixo do valor real, atraindo vítimas de estados como Goiás, São Paulo, Bahia e Piauí. Essa tática dificultava o trabalho policial ao dispersar as denúncias.
Como o golpe era aplicado:
- Postagem de anúncios em redes sociais e plataformas de venda;
- Contato com interessados por meio de perfis falsos;
- Envio de vídeos e documentos para dar aparência de legitimidade;
- Solicitação de um sinal inicial de R$ 5 mil como entrada para o financiamento;
- Após o pagamento, a empresa alegava que o valor correspondia a uma “consultoria financeira”;
- Os veículos não eram entregues e, na maioria dos casos, os valores não eram devolvidos.
Durante a ação, os policiais apreenderam o automóvel VW/Golf utilizado no esquema — o mesmo veículo teria sido “vendido” a pelo menos seis vítimas diferentes. Também foram recolhidos computadores, notebooks, celulares e diversos documentos para análise.
Segundo a PCDF, a empresa atuava como fachada e os suspeitos mantinham uma organização estrutural com divisão de tarefas e orientações para que os funcionários continuassem oferecendo os mesmos veículos a diferentes compradores.
Os investigados responderão por crimes de estelionato — com pena de 1 a 5 anos de prisão por vítima, aumentada em um terço por uso de meio eletrônico — e por participação em organização criminosa, com pena de 3 a 8 anos. A soma das penas pode alcançar várias décadas, de acordo com o número de vítimas confirmadas.
O nome da operação, Falso Finan, refere-se à principal artimanha utilizada no golpe: a promessa de um financiamento falso. As investigações continuam com a análise do material apreendido.