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quarta-feira, 29/10/2025

Pastor preso por abuso sexual de filhos e enteados no Distrito Federal

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Pastor Maurício Beserra da Silva foi detido pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na terça-feira (28/10), acusado de estuprar e torturar suas filhas e enteados menores de idade. Ele exercia sua função religiosa em uma igreja de Santo Antônio do Descoberto. Os crimes aconteceram na casa da família, localizada no Recanto das Emas, entre 2010 e 2018, período em que as vítimas tinham entre 6 e 7 anos de idade.

A ação policial, denominada Operação Falso Profeta, ocorreu por volta das 15h30, conduzida pela equipe da Seção de Atendimento à Mulher (SAM) da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas). Ao perceber que seria preso, o pastor tentou suicídio enquanto estava no serviço, mas foi socorrido por colegas e levado a uma UPA em São Sebastião, onde foi oficialmente preso.

Segundo o delegado principal da 27ª DP, Alexandre Godinho, a prisão interrompe um longo ciclo de violência. “O acusado se aproveitava da fé e do vínculo familiar para cometer os abusos e tentar escapar da justiça, mas as investigações conseguiram comprovar os crimes”, afirmou.

As denúncias surgiram somente neste ano, depois que uma vítima foi abordada pelo Conselho Tutelar do Recanto das Emas, que auxiliou no processo de denúncia. As vítimas mantiveram segredo por falta de conhecimento jurídico e medo pela segurança de suas mães, além de serem pressionadas por familiares paternos a não relatarem os crimes. Ao todo, quatro menores denunciaram os abusos, que ocorreram tanto em momentos de sobriedade quanto sob efeitos de drogas e álcool pelo pastor.

O pastor abusou sexualmente de três das quatro vítimas — suas duas filhas e uma enteada. Ele forçava as filhas a testemunharem os abusos uma da outra. Também obrigava as meninas a ficarem de joelhos sob objetos desconfortáveis como caroços de milho e tampas de garrafas de alumínio, e assistirem filmes pornográficos junto a ele. Para justificar suas ações e exercer sua autoridade pastoral, fazia com que as vítimas colocassem as mãos sobre a bíblia e orassem após sofrerem os abusos.

A quarta vítima, outro enteado, foi submetida a agressões e torturas físicas e psicológicas severas, incluindo ferimentos graves causados por arame farpado, o que resultou em deformidade permanente. O pastor justificava esses castigos como medidas para evitar que o enteado denunciasse os abusos sexuais.

Maurício Beserra da Silva agora está sob custódia da 27ª DP e ficará à disposição da Justiça. Ele será formalmente acusado por estupro de vulnerável, atentado violento ao pudor com agravante, satisfação de lascívia na presença de criança ou adolescente, tortura e maus-tratos.

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