Filhas de um pastor preso por abusar e torturar crianças eram obrigadas a assistir enquanto uma era violentada pela irmã. Além disso, o pastor impunha castigos cruéis, fazendo com que ficassem ajoelhadas sobre grãos de milho e tampas de garrafa, e também as forçava a assistir filmes adultos em sua companhia.
Segundo os relatos das vítimas, após os abusos o homem ordenava que colocassem as mãos sobre a Bíblia e orassem com ele.
Mais duas crianças, enteados do pastor, sofreram abusos sexuais e tortura. Um desses menores era constantemente ameaçado e agredido pelo pastor, como forma de intimidá-lo para não denunciar os crimes.
As agressões foram tão severas que resultaram em ferimentos graves com arame farpado, causando deformidade permanente.
Operação de Prisão
A prisão do homem ocorreu durante a Operação Falso Profeta, realizada pela Seção de Atendimento à Mulher na 27ª Delegacia de Polícia do Recanto das Emas.
Ao ser informado da prisão, o suspeito tentou suicídio no local de trabalho, porém foi socorrido e levado a uma unidade médica, onde foi detido.
De acordo com o delegado-chefe Alexandre Godinho, a ação pôs fim a um ciclo de violência que durou anos. Ele destacou que o homem usava da fé e dos vínculos familiares para cometer os abusos e tentar evitar punição, mas a investigação conseguiu comprovar os fatos.
Os abusos foram denunciados neste ano, com auxílio do Conselho Tutelar, pois as vítimas não tinham conhecimento jurídico e temiam pela segurança das mães e pressões familiares para não denunciarem.
Quatro menores relataram os abusos, que ocorriam tanto com o acusado sóbrio quanto sob efeito de drogas e álcool. As vítimas tinham entre seis e sete anos na época dos crimes.
Atualmente, o homem está detido na 27ª DP, sendo acusado pelos crimes de estupro vulnerável, atentado violento ao pudor qualificado, satisfação de lascívia com presença de criança ou adolescente, tortura e maus-tratos.
