28.5 C
Brasília
quarta-feira, 20/08/2025

Pastor de Goiás envolvido em polêmica com formandos

Brasília
céu limpo
28.5 ° C
28.5 °
27.8 °
23 %
5.7kmh
0 %
qua
29 °
qui
29 °
sex
30 °
sáb
30 °
dom
30 °

Em Brasília

Goiânia – O autodenominado bispo do Ministério Poder e Milagres, o pastor evangélico Eduardo Costa, ganhou destaque recentemente após ser flagrado usando calcinha e peruca loira em um estacionamento próximo a um bar na capital de Goiás. Além de servidor público no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e cerimonialista conhecido, ele enfrentou acusações de aplicar golpes em formandos de Direito da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), que viram seus planos para a festa de formatura serem frustrados.

Em 2006, matérias jornalísticas denunciavam a situação, embora Costa garantisse que a celebração aconteceria normalmente.

O caso do pastor de calcinha

As imagens dele com calcinha começaram a circular intensamente desde a segunda-feira (11/8), gerando repercussão nacional. Uma seguidora enviou o vídeo ao perfil Goiânia Mil Graus, junto com a indicação da identidade do pastor e críticas à sua conduta.

Comentários online relacionam episódios semelhantes anteriores, incluindo relatos de aparições dele em roupas femininas e questões envolvendo dívidas trabalhistas.

Após a repercussão, Eduardo Costa publicou um vídeo com sua esposa confirmando ser ele nas imagens, explicando que o disfarce fazia parte de uma investigação pessoal para apurar denúncias não detalhadas. Ele afirmou não ter autorizado a gravação, acusou quem filmou de tentativa de extorsão e declarou que tomaria medidas judiciais.

Desentendimentos com os formandos

Problemas com os formandos estavam ligados a desacordos e descumprimento de contratos. O orçamento da festa era de R$ 460 mil, mas, segundo os estudantes, Costa usava cheques sem fundo para pagar fornecedores, gerando prejuízos para a celebração.

Um formando, que preferiu não se identificar, relatou que durante cerca de dois anos foram pagas parcelas mensais de R$ 300 e que, próximo da formatura, tiveram que arcar com complementos financeiros devido ao descumprimento dos acordos pelo pastor.

“Pagamos para ter uma festa dos sonhos, com cascata de camarão, mas o buffet serviu macarrão. Queríamos uma passarela giratória na colação de grau, o que não ocorreu; meus familiares não me viram no palco. A festa aconteceu, mas estava longe do que havíamos contratado”, relatou.

Os formandos destacaram ainda que Eduardo Costa era inflexível e não dialogava com a comissão de formatura nem prestava contas sobre as decisões da festa.

Absolvição na Justiça

Costa foi acusado de apropriação indevida dos valores pagos. Inicialmente, foi condenado a três anos e quatro meses de prisão em regime aberto, além de multa. A pena foi convertida em serviços comunitários e pagamento de R$ 5 mil à APAE de Goiânia.

Em 2014, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) o absolveu por unanimidade. O relator, desembargador Edison Miguel da Silva Júnior, entendeu que, embora o serviço não tenha atendido às expectativas, não houve crime de apropriação indevida.

O magistrado apontou que as divergências contratuais, atrasos no pagamento de fornecedores e alterações de última hora não configuram crime. “Não há provas de que o apelante agiu com intenção de se apropriar indevidamente”, afirmou.

Ele explicou que para haver condenação, seria necessário comprovar má-fé e intenções fraudulentas, o que não foi identificado. Caso contrário, o crime seria estelionato, diferente do que fora imputado ao cerimonialista.

Veja Também