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terça-feira, 19/08/2025

Partidos do centrão vão intensificar críticas a Lula mas manter cargos no governo

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RAPHAEL DI CUNTO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Os partidos PP e União Brasil vão aumentar as críticas ao governo do presidente Lula (PT) ao se unirem em uma aliança para as próximas eleições, mas pretendem continuar ocupando cargos dentro do governo petista. A decisão final sobre os cargos será tomada em reuniões futuras, depois que a federação for aprovada pela Justiça Eleitoral, o que deve acontecer perto do final do ano.

Durante o anúncio dessa união, os discursos serão contrários ao PT, com defesa de medidas como ajuste fiscal, redução de impostos e diminuição do tamanho do Estado, ressaltando que a federação seguirá um caminho diferente do adotado pelo governo atual.

Os dois partidos já ameaçam romper com o presidente Lula há algum tempo. Seus líderes, Ciro Nogueira (PP) e Antonio Rueda (União), frequentemente criticam o governo e são alinhados com a candidatura presidencial da direita. Entretanto, membros próximos ao governo sugerem esperar até abril para tomar essa decisão.

O principal objetivo dos partidos é manter os ministérios de Comunicações, Desenvolvimento Regional, Esporte e Turismo, bem como controlar a Caixa Econômica Federal e a Codevasf, órgãos com grande capacidade de executar projetos nas regiões eleitorais dos deputados e senadores.

Dois políticos do União Brasil afirmam que o presidente Rueda quer se desligar do governo, mas enfrenta resistência de Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, para abrir mão dos cargos e estatais. No PP, também há resistência em deixar completamente o governo, pois isso os colocaria na oposição.

Há uma proposta para restringir a participação de alguns filiados, o que afetaria os ministros do Esporte, André Fufuca (PP), e do Turismo, Celso Sabino (União), mantendo os indicados por Alcolumbre. No entanto, parlamentares alertam que isso pode enfraquecer o discurso de afastamento do PT.

As críticas têm incomodado Lula, que em julho chamou os três ministros do União Brasil para cobrar mais comprometimento. O governo evita demitir esses ministros porque depende do apoio de alas dos partidos nos estados, ainda que seja improvável que recebam apoio federal dessas legendas.

A federação União Progressista atuará unida nas eleições de 2026 e 2028, formando chapas conjuntas em todos os estados. Além disso, a soma dos votos aumentará as chances de ampliar suas bancadas no Legislativo.

Atualmente, esse grupo é o maior do Congresso, com 109 deputados federais e 14 senadores (empatado com PSD e PL), e possui a maior parte dos fundos partidários e do tempo de propaganda eleitoral na TV e rádio. Entretanto, mudanças são esperadas antes das eleições.

Na tarde desta terça-feira, será realizado um evento para lançar a federação, com participação de políticos dos dois partidos. Pela manhã, os diretórios nacionais votarão e devem aprovar a aliança. Existem algumas discordâncias internas, mas insuficientes para bloquear a federação, mesmo em estados como Paraíba, onde a disputa pelo comando da nova agremiação é intensa.

Na Paraíba, o principal representante da oposição é o senador Efraim Filho (União), apoiado pelo clã Bolsonaro e pelo PL, enquanto o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) deve assumir o governo no início do próximo ano, e ambos desejam concorrer ao governo estadual em 2026.

A decisão sobre quem liderará a federação no estado será tomada em abril do próximo ano, com base em quem estiver mais forte na avaliação nacional.

Essa decisão é similar à feita com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), pré-candidato à Presidência. Rueda e Nogueira prometeram apoio a Caiado desde que ele alcance mais de 10% nas pesquisas de intenção de voto no próximo ano, caso contrário, apoiarão outro candidato.

O principal objetivo de Nogueira é concorrer como vice na chapa liderada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Por isso, ele abriu mão da presidência da federação, que será comandada por Rueda.

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