19.5 C
Brasília
segunda-feira, 08/09/2025

Partido de Milei perde força nas eleições provinciais na Argentina

Brasília
céu limpo
19.5 ° C
19.5 °
19.5 °
32 %
4.1kmh
0 %
seg
29 °
ter
32 °
qua
33 °
qui
33 °
sex
28 °

Em Brasília

O governo de Javier Milei, presidente da Argentina, enfrentou um revés considerável nas eleições provinciais realizadas neste domingo (7/9). Na capital Buenos Aires, a oposição associada ao partido peronista saiu vitoriosa em seis das oito regiões eleitorais, indicando que Milei continua enfrentando resistência, mesmo nos principais centros urbanos do país.

Com mais de 84% das seções apuradas, o partido peronista lidera com 53,81% dos votos, enquanto o partido de Milei, La Libertad Avanza (LLA), conquistou 28,6%. Outros partidos tiveram menos de 6% dos votos cada, incluindo Somos, de esquerda, e siglas menores como Potencia e Unión Libertad.

A eleição provincial ocorreu na província de Buenos Aires, a mais populosa da Argentina, que agrega mais de 37% do eleitorado nacional. Diferentemente da capital federal, que é autônoma, essa província inclui a cidade de Buenos Aires e o conurbano bonaerense, uma vasta área metropolitana ao redor da capital composta por municípios estratégicos e densamente povoados.

O peronismo prevaleceu principalmente nas regiões mais populosas e influentes, mostrando sua força nos centros urbanos e nas áreas metropolitanas que circundam a cidade de Buenos Aires. O partido de Milei, por sua vez, obteve progresso limitado em regiões menores, como a quinta e a sexta seção, com ajuda de aliados locais para alcançar resultados parciais positivos.

Essa foi a décima eleição regional em que a LLA participou desde a ascensão de Milei e representa o maior revés que o presidente enfrentou desde que tomou posse. A derrota ocorre em um momento delicado, marcado por suspeitas de corrupção envolvendo sua irmã, Karina Milei, e por tensões internas no partido, que enfrenta disputas entre dirigentes ligados à família do presidente e militantes da LLA.

Este resultado enfraquece Milei para as eleições legislativas nacionais de 26 de outubro, seu primeiro grande teste eleitoral a nível nacional. Além disso, evidencia a dificuldade que o presidente tem em consolidar apoio na província mais populosa do país, onde o peronismo mantém um controle histórico forte, governando 83 dos 135 municípios.

O resultado também tem um significado simbólico: a vitória da oposição em grande parte da cidade mostra que o movimento liberal e ultraliberal de Milei ainda encontra resistência entre a população urbana, que concentra grande parte do eleitorado argentino.

Escândalo de Corrupção

O governo de Javier Milei foi abalado por um escândalo de corrupção envolvendo sua irmã, Karina Milei, que ganhou repercussão nas últimas semanas e enfraqueceu o partido do presidente nas urnas. Karina atua como Secretária-geral da Presidência.

O caso envolve supostas irregularidades e pagamento de propinas no setor de políticas para pessoas com deficiência, conhecido como caso Spagnuolo, e veio à tona após a divulgação de áudios que indicam sua possível participação em um esquema de subornos na compra de medicamentos pela Agência Nacional de Deficiência (ANDIS).

Investigações e reportagens na imprensa argentina indicam que contratos públicos e benefícios do governo federal foram manipulados para favorecer empresas ou intermediários ligados a aliados próximos à família Milei. Karina, que exerce influência política e estratégica dentro da estrutura do partido La Libertad Avanza (LLA), foi apontada como participante ou facilitadora dessas irregularidades.

Em resposta, o presidente Javier Milei negou as acusações, chamando-as de falsas, e afirmou que levaria o caso à Justiça. Além disso, o governo apresentou uma queixa criminal alegando que houve uma operação ilegal de inteligência destinada a desestabilizar o país durante a campanha eleitoral.

Veja Também