O estado do Paraná está investigando o primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica artesanal. O paciente, morador de Curitiba, deu entrada em hospital na última quarta-feira.
Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná, o homem consumiu a bebida e sofreu um atropelamento logo depois. Após ser atendido, seu estado piorou, apresentando sintomas que indicam possível intoxicação por metanol. Ele segue em estado grave e inconsciente. Detalhes do acidente não foram divulgados.
A secretaria de saúde, junto com a prefeitura de Curitiba, espera os resultados dos exames para confirmar ou descartar o caso. Serviços de saúde devem comunicar o Centro de Informação e Assistência Toxicológica para orientação em casos suspeitos.
Beto Preto, secretário de saúde do estado, afirmou que deve conversar com o Ministério da Saúde sobre o envio de etanol farmacêutico para tratar intoxicações. Ele alerta para o cuidado no consumo de bebidas alcoólicas.
Casos suspeitos de intoxicação por metanol aumentam no Brasil. Na Bahia foi registrada a primeira morte suspeita pela substância, que já foi identificada em São Paulo, Pernambuco, Distrito Federal e Paraná.
O Ministério da Saúde está comprando antídotos emergenciais, como ampolas de etanol farmacêutico, para tratamento dos casos. Também tenta obter o Fomepizol por vias nacionais e internacionais.
As autoridades investigam a origem das bebidas adulteradas. O metanol, usado para combustíveis, é tóxico e está sendo utilizado ilegalmente para falsificar bebidas alcoólicas.
Metanol pode adulterar outros tipos de bebida?
Até agora, os casos recentes foram ligados a bebidas destiladas como gim, vodca e uísque. Especialistas dizem que também pode ser usado para adulterar cerveja e vinho. O químico Rodrigo Ramos Catharino observa que o objetivo do fraudador é lucro, sem limites para o que adulterar.
Glauce Guimarães Pereira, química, explica que a cerveja possui baixo teor alcoólico e sabor mais complexo, o que pode denunciar adulterações facilmente. Ela aponta que adulterar cerveja sem que seja notado é pouco produtivo para quem falsifica.
Alaor Aparecido Almeida, farmacêutico-bioquímico, explica que o metanol é usado para aumentar o volume da bebida, pois é mais barato e fácil de produzir que o álcool verdadeiro.
Paulo Solmucci, da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, também comenta que os criminosos preferem adulterar bebidas mais caras para aumentar volume e lucro. Ele ainda afirma que não foram notificados casos envolvendo vinho adulterado, apenas substituição por opções mais baratas.
Orientações do Procon-SP para consumidores ao comprar bebidas
- Procure comprar em locais confiáveis e conhecidos.
- Desconfie de preços muito baixos, que podem indicar adulteração.
- Observe a embalagem: lacres, rótulos mal feitos ou informações faltando são sinais de alerta.
- Não faça testes caseiros como cheirar ou provar para tentar identificar adulteração.
- Fique atento a sintomas após o consumo, como visão turva, dor de cabeça, náusea, tontura ou sonolência. Procure atendimento médico imediatamente se tiver algum deles.
- Informe as autoridades competentes, como o Disque-Intoxicação (0800 722 6001), Vigilância Sanitária, polícia e Procon.
- Exija nota fiscal para garantir a origem e permitir reclamações, se necessário.
O Procon-SP intensificará fiscalização em bares, restaurantes, adegas, casas noturnas e supermercados em parceria com a polícia civil para evitar a venda de bebidas adulteradas.