O governo do Paraguai divulgou na quinta-feira (30/10) que classificará o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como grupos terroristas. Essa decisão ocorre após uma grande operação das forças de segurança no Rio de Janeiro, na terça-feira (28/10), contra a facção originária do estado do Rio, que resultou em pelo menos 121 mortes, incluindo quatro policiais.
Além de nomear o CV e o PCC como grupos terroristas, o governo paraguaio também ordenou ao Conselho de Defesa Nacional (Codena) que intensifique a fiscalização nas fronteiras para impedir que criminosos fujam do Rio de Janeiro para o país vizinho.
O Paraguai adotou a mesma medida que a Argentina, que já tinha descrito o CV e o PCC como grupos terroristas na terça-feira. O governo argentino, liderado por Javier Milei, também aumentou a segurança nas áreas de fronteira.
Posição das autoridades
O presidente do Paraguai, Santiago Peña, irá assinar um decreto oficializando a classificação do CV e do PCC como grupos terroristas. A decisão foi tomada durante uma reunião presidida por Peña que contou com a presença das maiores autoridades governamentais do país.
Em um comunicado, o governo ressaltou que considerou a mudança por entender que essas facções ultrapassam a criminalidade comum ao ameaçarem as instituições paraguaias e a soberania nacional.
Segundo o ministro do Interior, Enrique Riera, “Quando essas organizações se tornam uma ameaça para a segurança do Estado, o governo deve empregar todos os recursos legais e constitucionais para proteger a população e cooperar com o Brasil. Esta decisão é definitiva.”
Na Argentina, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, explicou que a designação das facções como “narcoterroristas” tem o objetivo de aperfeiçoar o controle sobre presos estrangeiros ligados às organizações brasileiras.
Atualmente, cerca de 39 brasileiros estão detidos na Argentina, sendo que cinco deles são membros do Comando Vermelho e aproximadamente sete ou oito do PCC, conforme declarado por Bullrich.

