Uma pesquisa recente confirma que não há relação comprovada entre o uso de paracetamol durante a gravidez e o surgimento de autismo ou Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) nas crianças. Este estudo é uma análise detalhada de pesquisas anteriores e foi divulgada em uma revista médica renomada.
O paracetamol é recomendado para aliviar dores e febre durante a gestação e é considerado seguro por órgãos reguladores globalmente. Algumas pesquisas anteriores sugeriram uma ligação com autismo e TDAH, mas sua qualidade variou bastante, o que torna difícil medir exatamente como o paracetamol pode afetar o desenvolvimento neurológico dos bebês antes do nascimento.
Para esclarecer esta questão, pesquisadores revisaram várias análises sistemáticas que englobaram 40 estudos observacionais sobre o uso do paracetamol por gestantes e os efeitos no neurodesenvolvimento das crianças. Eles avaliaram a confiabilidade dessas análises, levando em conta possíveis vieses e a robustez das conclusões.
Embora todas as análises tenham indicado uma possível associação entre o consumo do paracetamol na gravidez e a ocorrência de autismo ou TDAH, a maioria alertou para a necessidade de cautela, pois fatores não controlados podem influenciar os resultados.
A confiança geral nas conclusões dessas análises foi considerada baixa ou muito baixa. Os autores afirmam que não existem evidências suficientes para afirmar que o paracetamol na gestação causa autismo ou TDAH. Eles recomendam a realização de estudos mais rigorosos, que controlem fatores familiares e outras variáveis, para obter respostas mais precisas.
É importante que profissionais de saúde, gestantes e familiares estejam cientes de que a evidência atual não confirma um vínculo entre o uso do paracetamol durante a gravidez e esses transtornos, mostrando a necessidade de avaliações cuidadosas e embasadas em pesquisas de alta qualidade.
